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2016-09-06 às 9h36

Primeiro-Ministro promove «visão do Portugal moderno» no Brasil

Primeiro-Ministro António Costa com o Governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, São Paulo, 5 setembro 2016 (Foto: Sebastião Moreira/Lusa)

O Primeiro-Ministro António Costa iniciou uma visita de quatro dias ao Brasil para participar na inauguração da Bienal de Artes de São Paulo - na qual Portugal é o único país europeu representado -, na abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro - aos quais «temos uma delegação muito importante» -, e para promover as relações comerciais.

O Primeiro-Ministro, acompanhado pelo Ministro da Cultura, Castro Mendes, começou por visitar a Bienal de Artes de São Paulo, na qual Portugal está representado pelos artistas Lourdes Castro, Carla Filipe, Gabriel Abrantes, Priscila Fernandes e Grada Kilomba.

António Costa afirmou que «juntamente com a exposição da Bienal, vamos ter mais duas exposições importantes: Uma no Consulado de Portugal; e outra, muito grande, com muitos artistas portugueses - mas, sobretudo, bastante representativa da pintura contemporânea portuguesa -, que vai ser inaugurada no Museu Afro-Brasileiro, a poucos metros da Bienal».

O Primeiro-Ministro afirmou acreditar que este conjunto de iniciativas ajudará a mudar a imagem do País junto dos cidadãos brasileiros: «Vai ser um grande momento de presença da cultura portuguesa. Um momento que acontece poucos meses após a Experimenta Design ter levado a cabo uma iniciativa também em São Paulo» e que vai contribuir «para dar uma visão do Portugal moderno, que nem sempre está presente no Brasil».

As obras agora patentes na Bienal de São Paulo, que termina em meados de dezembro, serão expostas no Museu de Serralves em 2017, que será o único na Europa a apresentá-las.

Captação de investimento

O Primeiro-Ministro anunciou, numa declaração à agência Lusa, que Portugal vai enviar duas missões de captação de investimento (uma política e outra empresarial) às principais cidades brasileiras, para explorar muitas potencialidades económico-financeiras que existem e não estão a ser aproveitadas.

Ainda em setembro, o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e os Secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, e da Indústria, João Vasconcelos, deslocar-se-ão a São Paulo, ao Rio de Janeiro e a Belo Horizonte.

Esta ação de captação de investimento «será articulada com uma outra com idênticos objetivos da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, que logo a seguir terá também uma missão empresarial», disse.

António Costa, acompanhado pelo Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vai encontrar-se com empresários portugueses e brasileiros em São Paulo.

O Primeiro-Ministro sublinhou que «Portugal e o Brasil não se podem conformar com a relação económica que têm». «Tem havido uma melhoria nos últimos 20 anos, mas ainda há muito para avançar. O Brasil é só o nosso décimo destino exportador e é o nosso 11.º fornecedor. Tudo justifica que tenhamos uma relação económica em ambos os sentidos bastante mais forte».

Oportunidade para investimento brasileiro

No final de uma reunião com o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o Primeiro-Ministro afirmou que os empresários brasileiros, nomeadamente os de São Paulo - Estado que António Costa classificou como motor da economia brasileira -, devem entrar e investir já no mercado português, que é a porta de entrada para o mercado europeu.

«Penso que podemos ir à frente do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, porque os brasileiros gozam em Portugal de total igualdade de direitos e podem instalar no País empresas que antecipem a sua empresa na Europa. Estar já na Europa quando as portas forem abertas é estar dois passos à frente de todos os outros concorrentes», afirmou o Primeiro-Ministro tendo ao lado o Governador.

António Costa disse ainda que «temos o dever de aprofundar o futuro da relação entre Portugal e o Brasil».

Relações seculares

O Primeiro-Ministro sublinhou ainda que as relações entre os dois países «são seculares e não têm a ver com conjunturas». As relações luso-brasileiras, no plano histórico, «foram sempre de grande amizade, independentemente de quem esteve no poder em cada país».

«Desde que Pedro Álvares Cabral chegou a Porto Seguro já tivemos muitas crises, muitos momentos de forte crescimento e de recessão, umas vezes de um lado do Atlântico, outras vezes do outro lado do Atlântico ou em simultâneo - e não foi isso que diminuiu as relações entre Portugal e o Brasil», disse.

António Costa acrescentou que «a nossa relação com o Brasil é de Estado a Estado, e esta visita foi marcada para a abertura dos Jogos Paralímpicos, numa altura em que se desconhecia qual o Presidente brasileiro que estaria em funções», aludindo ao processo que conduziu à destituição da Presidente Dilma Rousseff, que foi substituída na Presidência pelo Vice-Presidente Michel Temer.

Aliás, «o que seria absolutamente extraordinário era vir ao Brasil e não ter um encontro com o Presidente do Brasil». «Era o que faltava termos qualquer tipo de alteração das relações entre os nossos países em função dos processos políticos internos de cada um», disse ainda.

 

Foto: Primeiro-Ministro António Costa com o Governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, São Paulo, 5 setembro 2016 (Foto: Sebastião Moreira/Lusa)