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2016-04-30 às 14h53

Posição central dos Açores no Atlântico Norte permite-lhes tornarem-se plataforma científica internacional

Primeiro_Ministro António Costa visita o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, Horta, 30 abril 2016 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)

O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que os Açores, pela sua posição central no Atlântico Norte, devem assumir-se como plataforma científica internacional em áreas como a meteorologia, vulcanologia e oceanografia, no final de uma visita ao Observatório de Investigação Climática do Atlântico Norte, em Santa Cruz da Graciosa.

Esta estação de investigação científica, que funciona em cooperação com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, estuda o fenómeno de formação das nuvens a partir da interação do oceano com a atmosfera, o que tem efeito muito importante na compreensão de fenómenos como o efeito de estufa e as alterações climáticas.

«Esta estação é um excelente exemplo da cooperação científica que já existe entre entidades portuguesas e os Estados Unidos para utilização dos Açores como plataforma científica. Além da meteorologia, há outras temáticas como a vulcanologia ou a oceanografia, em que os Açores têm uma posição única», afirmou o Primeiro-Ministro no início do segundo de três dias de visita oficial à Região Autónoma dos Açores.

Reorientar cooperação com EUA

António Costa referiu que a cooperação na investigação científica «pode ser uma grande oportunidade para o desenvolvimento da cooperação com os Estados Unidos. Aproveitando instalações já existentes, deve haver uma reorientação da cooperação para outras áreas»

«Em matéria de estudo de fenómenos como as alterações climáticas, os Açores têm um posicionamento geográfico único - e esta é uma nova oportunidade que importa trabalhar em conjunto», disse.

O Observatório de Investigação Climática do Atlântico Norte, na ilha Graciosa, é o único instalado no Atlântico Norte para o estudo da formação de nuvens e considera-se no plano científico que possui uma localização ideal para a análise dos fenómenos climatológicos.

Este observatório situa-se na interceção entre as frentes polar do Norte e a tropical a Sul, o que permite fornecer dados importantes, quer ao nível quantitativo, quer qualitativo, para vários laboratórios do Estados Unidos.

Nova centralidade baseada no conhecimento

Na noite do primeiro dia de visita, num jantar oferecido pela Câmara Municpal de Santa Cruz, o Primeiro-Ministro declarou que «os Açores, no meio do Oceano Atlântico, têm a oportunidade de ser um cruzamento ao nível do conhecimento - e a reinvenção da relação de Portugal com os Estados Unidos passa por criar uma nova centralidade baseada no conhecimento e na inovação».

António Costa também sublinhou que, na era das novas tecnologias de comunicação, os projetos inovadores podem expandir-se «independentemente da sua localização», sendo a «localização é cada vez menos relevante na economia global».

Apontando como exemplo, o projeto pioneiro de baterias para armazenamento de energia desenvolvidos pelo consórcio privado franco-alemão Younicos, que visitou, juntamente com o Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, durante a tarde, disse que «o que se está a passar aqui, na ilha Graciosa, com um projeto pioneiro nas energias renováveis, não é ficção científica, mas realidade».

Nova fase

O Primeiro-Ministro salientar a «nova fase» nas relações entre os Governos da República e da Região Autónoma dos Açores, referindo que no primeiro dos seus três dias de visita oficial «se resolveu um vasto conjunto de questões pendentes».

Como exemplos, apontou o Programa de Revitalização Económica da Terceira, destinado a minorar o impacto negativo resultante da redução da presença militar dos Estados Unidos na Base das Lajes, assim como questões nas áreas da segurança interna e da justiça.

«Logo com a aprovação do Orçamento do Estado para 2016 foi estabelecido o princípio da reciprocidade entre os beneficiários do sistema açoriano de saúde e o Serviço Nacional de Saúde», referiu também.

Antes, o sistema de saúde dos açorianos funcionava como um subsistema do SNS, sendo um doente açoriano que fosse atendido num hospital do Continente era obrigado a pagar primeiro e só depois era reembolsado, o que deixa de acontecer.

Nesta visita, o Primeiro-Ministro fez-se acompanhar pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros (Augusto Santos Silva), da Defesa (José Azeredo Lopes), Adjunto (Eduardo Cabrita), da Ciência e Tecnologia (Manuel Heitor), da Saúde (Adalberto Campos Fernandes), do Planeamento e das Infraestruturas (Pedro Marques), do Mar (Ana Paula Vitorino), e pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

 

Foto: Primeiro_Ministro António Costa visita o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, Horta, 30 abril 2016 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)