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2016-04-11 às 14h13

Economia circular «abre esperança para uma solução prática da emergente crise de recursos»

A economia circular é «uma cadeia de valor sustentável, que começa na conceção de produtos que utilizem menos recursos e mais matérias reutilizadas ou recicladas e que produzam menos resíduos», afirmou o Ministro do Ambiente na conferência sobre o «Financiamento da Economia Circular», destinada a dar a conhecer as regras e os apoios do Portugal 2020 disponíveis para o seu desenvolvimento.

João Pedro Matos Fernandes acrescentou, na sua intervenção da abertura da conferência organizada pelo seu Ministério, que «isto significa que é preciso começar na «conceção de produtos que utilizem menos recursos e mais matérias reutilizadas ou recicladas e que produzam menos resíduos».

Significa também pensar no «conceito de “ciclo de vida”, em oposição ao modelo usual da “economia linear” que  tem sobrevivido devido ao forte aumento do consumo que se tem verificado nas últimas décadas por fatores associados à criação de novas necessidades, ao estímulo da publicidade, à redução da duração de vida média dos objetos e à facilidade da sua da substituição».

Esta economia linear gera um consumo de recursos que, mesmo com a reciclagem que já é feita, conduz ao esgotamento dos recursos do planeta. «A Economia Circular abre uma esperança para uma solução prática para a emergente crise de recursos», afirmou o Ministro.

A solução «não será fácil, pois esta crise não se resolve apenas com um pacote de metas e alterações legislativas» e «tal como as alterações climáticas, terão de existir no futuro consensos e considerações mais alargadas de carácter político, económico, técnico, ético e cultural que terão de convergir neste objetivo».

Matos Fernandes assinalou que «até lá, a economia circular permanecerá no domínio da utopia política e medidas como as anunciadas agora [pela União Europeia] têm de estar alinhadas com “um uso responsável e eficiente dos recursos naturais e das matérias-primas primárias”».

Estas medidas apoiam-se em três vertentes que o Ministro referiu: «uma economia que respeite a hierarquia “reduzir, reutilizar, reciclar”»; «uma economia baseada no “conceito de ciclo de vida”, visando limitar o consumo de recursos e o desperdício»; «uma economia suscetível de gerar novos modelos de produção e de consumo, assim como de promover a criação de emprego à escala local ou regional».

A Comissão Europeia apresentou, em dezembro de 2015, um pacote de medidas sobre economia circular que inclui medidas concretas visando a produção, o consumo, a gestão de resíduos, o mercado de matérias-primas secundárias, a inovação e o investimento, e uma série de propostas legislativas restritas ao caso particular da gestão de resíduos.

«Com estas medidas a Comissão Europeia pretende aumentar a competitividade da economia europeia nos limites da capacidade ambiental do planeta onde o valor dos produtos, materiais e recursos se mantém na economia o máximo de tempo possível e a produção de resíduos é reduzida ao mínimo», afirmou Matos Fernandes.

Isto é: «que na conceção de produtos se utilizem menos recursos e mais matérias reutilizadas ou recicladas e que se produzam menos resíduos reforçando os mecanismos que permitam a maior reutilização e reciclagem dos mesmos».