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O Ministro dos Negócios Estrangeiros destacou «a excelência das relações políticas e diplomáticas entre Portugal e Marrocos» que, «além de vizinhos, são amigos», numa declaração feita à agência Lusa, no final de uma visita oficial de dois dias a Rabat. Augusto Santos Silva acrescentou que «ainda há muitas oportunidades por explorar» nas relações entre os dois países.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros reuniu-se com o seu homólogo marroquino, Salaheddine Mezouar, com quem discutiu a «principal preocupação comum»: a «estabilidade e a segurança da grande região que vai do norte de África ao Médio Oriente e que é verdadeiramente uma fronteira de segurança da União Europeia e, portanto, de Portugal».
Santos Silva destacou que Portugal tem «muito boas relações com os diferentes países desta região», o que coloca o País numa «posição muito interessante de mediador, de um país que pode ajudar, na sua medida, a estabilizar a região». Na margem sul do Mediterrâneo, o Magrebe é uma região prioritária da política externa portuguesa.
Migrações
O problema das migrações foi também abordado, sendo Marrocos «um dos países mais importantes na regulação dos fluxos migratórios», bem como o combate ao terrorismo, uma vez que Portugal e Marrocos integram a coligação internacional ao grupo radical Estado Islâmico.
Os dois governantes discutiram ainda a situação na África Ocidental, em particular a instabilidade política que se vive na Guiné-Bissau, assim como as questões dos acordos entre a União Europeia e Marrocos, em que Portugal é parte ativa.
O Ministro Santos Silva reuniu-se também com o Ministro da Indústria e Comércio marroquino, Moulay Hafid Elalamy, com quem tomou «decisões relativas ao arranque dos trabalhos» do Observatório de Investimentos Luso-Marroquino, cuja criação foi decidida na XII cimeira bilateral, que decorreu em abril do ano passado, em Lisboa.
«É um mecanismo muito importante para pilotar os investimentos recíprocos entre Portugal e Marrocos e ajudar as empresas portuguesas e marroquinas a desenvolverem as respetivas relações comerciais», disse.
Trocas comerciais de mil milhões
As relações comerciais bilaterais «estão quase a superar o limiar do milhar de milhões de euros», referiu o Ministro, acrescentando que estas trocas são feitas maioritariamente por uma rede de pequenas e médias empresas, «que é a rede que mais emprego cria».
Santos Silva apontou ainda outros dados: mais de mil empresas portuguesas têm relações comerciais com Marrocos e mais de 200 empresas portuguesas estão neste momento instaladas no mercado marroquino.
As empresas portuguesas operam em setores tão diversos como as obras públicas, a indústria farmacêutica, os serviços pessoais (incluindo serviços de segurança), importação e exportação de mercadorias (como a cortiça), o turismo (com várias marcas nacionais a construir e a gerir hotéis), existindo ainda gabinetes de estudos e de investigação que atuam nos domínios mais avançados, como novas tecnologias e investigação científica aplicada.
Por outro lado, Marrocos tornou-se «o primeiro destino turístico dos portugueses», referiu.
Durante a deslocação, Santos Silva encontrou-se com empresários, quadros e trabalhadores portugueses a trabalhar em Marrocos, alguns estabelecidos há dezenas de anos no país vizinho.
O Ministro foi ainda recebido pelo Chefe do Governo marroquino, Abdelilah Benkirane.
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