«Em primeiro lugar queria agradecer o convite para estar hoje aqui presente e felicitar a ANACOM por esta iniciativa. É para mim particularmente gratificante poder regressar à Fundação das Comunicações, à ANACOM e ao sector postal. À Fundação, cujo trabalho muito válido na preservação do nosso património e na assunção de montra de futuro pude, tantas vezes, testemunhar; regressar a uma iniciativa da ANACOM, cuja cultura de excelência me qualificou e onde tanto aprendi com alguns dos rostos que ali descortino, e que dá gosto rever pela juventude que mantiveram. Sai-se da ANACOM e envelhece-se. Suspeito que no Governo a coisa piora… E regressar, enfim, à temática dos serviços postais, matéria que sempre me deu especial prazer regular. Ou pelo menos ter a ilusão de que o fazia…
Reflectir sobre o futuro da regulação postal é oportuno e muito pertinente.
Há uns quinze dias fui almoçar à Malaposta a um restaurante cujas paredes estão decoradas com painéis de azulejo alusivos ao serviço postal. Está tudo lá: a velocidade do serviço, condicionada pela ração e descanso dos cavalos, a densidade da rede marcada pelas estações de repouso, o peso das encomendas, muito superior a 10 kg, a regularidade da distribuição condicionada pelas vias medievas e pelos assaltos. O correio expresso entre o Porto e Lisboa, era pouco expresso, tinha 23 paragens, com ceia e pernoita. É certo que ninguém reclamava com os indicadores de qualidade e não era grave, o analfabetismo era a regra fora dos conventos…O correio demorava, pois, vários dias a chegar às freguesias mais rurais. Qualquer semelhança com a situação actual é pura coincidência…Só se mantém os indicadores do D+ 3 ou 4 ou 15.»
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