Os estudos sérios dizem que ninguém sabe exatamente prever como vai ser o trabalho daqui a 20 anos. As previsões catastrofistas sobre a perda massiva de empregos devido à digitalização deixam de fora o enorme potencial de criação de novas funções.
Um estudo recente da OCDE diz que apenas 9% das tarefas são automatizáveis, e que os trabalhadores se concentrarão em atividades mais criativas e de maior valor acrescentado. Tal permitirá uma criação de riqueza sem precedentes, alicerçada em ganhos de eficiência e produtividade nunca vistos.
Há, certamente, desafios e perdedores, levando a repensar esquemas de proteção social e de redistribuição de rendimentos. São debates sérios que têm de estar na ordem do dia.
Já Keynes num magnífico ensaio de 1930 "Economic Possibilities for our Grandchildren", em plena Grande Recessão, e em que se referia pela 1ª vez ao "desemprego tecnológico", realçava que "estamos a sofrer não do reumático da velhice, mas das dores de crescimento das mudanças super-rápidas, do reajustamento entre um período e outro". Em que o aumento da eficiência técnica acontece mais rapidamente que a absorção do trabalho.
E continuava: "o meu propósito não é examinar o presente e o futuro próximo, mas desembaraçar-me de vistas curtas e apanhar asas para o futuro".
É para reagir a estas dores de crescimento, contrariar as vistas curtas e preparar o futuro que o Governo lançou há um ano a estratégia para a Indústria 4.0, um programa a 4 anos liderado
pela SEI com 6 eixos estratégicos e incluindo 64 medidas, com um modelo de governance inovador, materializado numa excelente parceria que quero destacar com a Cotec Portugal na dinamização do programa, através da Plataforma Digital Portugal i4.0 e do Comité Estratégico para a Indústria 4.0.
Leia a intervenção completa em anexo.