As necrópoles romanas do atual Algarve foram, durante muito tempo, alvo de interesse não apenas de profissionais da arqueologia mas de muitos amadores e curiosos. Estes locais arqueológicos permaneceram, no entanto, sem um estudo de fundo que permitisse uma análise global sobre os espaços funerários nesta região. Por isso, a obra que hoje se apresenta assume particular relevância.
O trabalho de Carlos Pereira representa um enorme esforço de compilar toda a informação disponível desde o século XIX - com Estácio da Veiga até ao presente - sobre as necrópoles romanas da região do Algarve.
Mas não se fica por um mero trabalho de compilação. Revisita toda a informação e artefactos levantados ao longo de mais de 130 anos de investigação, e estuda-os e interpreta-os à luz das novas tendências da investigação científica.
A informação que se tinha da esmagadora maioria desses sítios - que era lacunar, dispersa e, frequentemente, contraditória - é agora apresentada e disponibilizada com todo o seu potencial informativo.
Quero, por isso, deixar desde já os parabéns ao autor e a todos os que contribuíram para a edição desta obra. Este trabalho de divulgação do património é fundamental para a sua valorização, salvaguarda e reabilitação.
Importa referir que a edição, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, com o apoio de múltiplas entidades da área da cultura e de sete autarquias algarvias, demonstra que, apesar do seu âmbito regional, se trata de um estudo de interesse mais alargado, podendo mesmo assumir-se como uma referência da arqueologia portuguesa.
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