A continuidade de uma cultura é inseparável da sua capacidade enquanto memória. A identidade cultural de um país faz-se, também, através desse gesto tão humano de recordar, de evocar a sua história através dos nomes que a marcaram nas mais diversas áreas da cultura. Não bastam as suas obras e feitos para que as grandes figuras se libertam da lei da morte. Cumprirmos o nosso dever de memória é sempre necessário, que as recordemos, que digamos os seus nomes repetidamente, para que não fiquem a tecer o fio dos dias sem memória, como na Pequena Elegia de Setembro de Eugénio de Andrade.
E continuando nas poderosas imagens suscitadas por este belo poema de Eugénio, outra grande figura portuguesa, é fundamental acordar o passado sem receios, ver através destes homens e mulheres o que foi o nosso século XX. Não é só a história da cultura portuguesa a que aqui se evoca, é toda a história recente de Portugal, porque sem elas teríamos certamente tido uma história, mas não seria a que foi e é essa a que cumpre recordar.
Leia a intervenção na íntegra em anexo.