A água é essencial. A água é escassa. A água é preciosa. Em rigor, está tudo dito – o meu discurso poderia ficar por aqui.
A história da água em Portugal é uma história de sucesso. Em 30 anos, investimos em infraestruturas mais de 10 mil milhões de euros.
Foi assim que as nossas praias passaram a contar com um crescente número de bandeiras azuis – foram 332, o ano passado.
Foi assim que atingimos 99% de água com qualidade, em Portugal, com o resultante recuo das doenças provocadas pela sua má qualidade – a título de exemplo, a incidência da hepatite A passou de 60 para um, em 20 anos.
Foi assim que atingimos taxas de abastecimento e de tratamento de água que nos colocam a par dos mais desenvolvidos países do mundo.
Foi assim que o nosso setor da água se tornou uma referência mundial, participando ou liderando, hoje, projetos de cooperação e desenvolvimento em África e na Ásia.
Foi assim que, durante a seca de 2016-18, não faltou água nas torneiras dos portugueses.
Fizemos, e continuamos a fazer este esforço monumental, porque a água é essencial.
Na Bacia do Mediterrâneo, onde a quantidade de água reposta por via da precipitação é inferior à quantidade de água consumida, este é um líquido ainda mais precioso.
Por causa das alterações climática, um problema de agora, da minha e das vossas gerações, é expectável que se assista a uma redução de 10% a 50%, na primavera, verão e outono, de acordo com diferentes modelos climáticos.
Por isso, tenho de vos dizer que, ao verbo de Paris, "adaptar", neste caso, o da água, é necessário juntar o verbo "poupar".
O uso da água tem de ser parcimonioso.
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