Nota de pesar pela morte do artista plástico Gaëtan

A Ministra da Cultura lamenta a morte do artista plástico Gaëtan Lampo Martins de Oliveira, reconhecido como Gaëtan (1944-2019), e recorda o importante contributo para a arte contemporânea portuguesa, nomeadamente na exploração detalhista do retrato enquanto motivo maior da sua obra.

Gaëtan viveu no interior dos seus autorretratos uma vida de intenso questionamento sobre a identidade e o papel da arte na construção de uma personagem.

Num percurso onde o reflexo se apresentava, pela forma do desenho, como elemento de transgressão da imagem mediada, o trabalho de Gaëtan permitiu-se sempre à apropriação e à possibilidade de projeção.

A condição auto ficcional que foi buscando ao longo de mais de 40 anos de trabalho intenso levou-o a defender sempre que o que fazia não seriam autorretratos, mas modos de interpretar o que via e as marcas que a observação demorada deixavam transparecer através do rosto e do tempo.

Nascido em Luanda, em 1944, e amplamente representado em coleções privadas e públicas, entre elas a Coleção de obras do Estado, Gaëtan começou a expor individualmente a partir de 1978, sendo um dos expoentes das artes plásticas nacionais, isso mesmo patente nas obras incluídas na exposição Meio Século de Arte Portuguesa, 1944-2004, no Museu do Chiado, Lisboa (2004), entre outras coletivas internacionais que refletiam o impacto do modernismo no desenho e na autorrepresentação.

À Família e Amigos enviam-se sentidas condolências.