A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta a morte da cantora Dina, aos 62 anos.
A morte de Dina, nome artístico da cantora Ondina Veloso, toca a memória coletiva das canções românticas, cantadas ao desafio entre amigos, catalisadoras de comunidades efémeras.
Desde o primeiro álbum, Dinamite (1982) aos clássicos contemporâneos como Pérola, Rosa, Verde Limão (1982), Pássaro Doido (1983) ou Quando as nuvens chegarem (1988, com Carlos Paião), Dina foi a voz de poemas de um romantismo melancólico, herdeira de uma rica tradição de poemas-canção que deram à música ligeira portuguesa um papel de relevância social inestimável.
Pelas suas letras, bem como nas suas interpretações, passava uma alegria contagiante na relação com a vida, a amizade e o amor que, muitos anos depois, seriam a marca distintiva de um percurso que pautou sempre pela discrição.
A sua passagem por várias edições do Festival da Canção, iniciada com Guardada em mim (1980), e marcada pela vitória em 1992 com Amor d’agua fresca, sublinhou na sua vibrante e imaginativa interpretação, o contraste entre uma personalidade que cuidava das palavras e dos jogos de rimas dos poemas como se cuidasse de chegar a cada ouvinte.
As letras das canções, assinadas por nomes como Carlos Paião, Eduardo Nobre, Rosa Lobato de Faria e Tozé Brito são também exemplo de uma visão da música descomprometida, apaixonada e sem pudores.
Desejo, metáfora e fantasia eram, na voz de Dina, matéria bastante para fixar na memória das gerações que cresceram nos anos 1980 e 1990 a voz discreta que cantava canções com sabor de água fresca e que acreditava que havendo sempre música entre nós, ficaríamos bem.
À Família e aos Amigos enviam-se sentidas condolências.