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2025-07-17 às 20h16

"Temos uma ideia clara para Portugal"

Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, encerra o debate sobre o estado da Nação, Assembleia da República, 17 julho 2025 (Tiago Petinga/Lusa)
"Temos uma ideia clara para Portugal. Temos uma estratégia em execução. E temos a capacidade de chegar ao bom porto que os portugueses merecem", disse o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, no encerramento do debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da República. 

Abreu Amorim sublinhou que governar exige que se cumpram três aspetos:
  • "a capacidade de tomar decisões – superando um bloqueio crónico, que nas últimas décadas, alimentou as várias insuficiências do país"; 
  • "a estabilidade governativa – condição essencial para a concretização da transformação sustentável, coerente e estratégica de que o país precisa";
  • "a cooperação democrática com esta Câmara, cuja pluralidade deve estar ao serviço do interesse superior da Nação".
Vontade transformadora

Afirmando que "a ação e a estratégia deste Executivo serão assinaladas pela vontade transformadora e por um espírito reformista e de concretização que consiga romper com o imobilismo crónico".

"Aquilo que nos preocupa não são os erros ocasionais que certamente iremos cometer; o que nos aflige verdadeiramente é que o medo de errar nos impeça de agir, de decidir, e que nos deixe perdidos e paralisados na indolência que matizou os governos anteriores", disse.

As decisões já tomadas (TAP, IRS, Leis da Nacionalidade, Estrangeiros e a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, e as mudanças anunciadas pelo Primeiro-Ministro do debate, são "a clara expressão de um novo ciclo político: um ciclo de ambição, de moderação e de compromisso com o país".

O Ministro disse que o Governo trabalha "com a plena consciência de que a verdadeira transformação do país exige diálogo honesto, compromisso que transcenda clivagens e abertura responsável ao contributo plural desta Assembleia", "porque encontrar entendimentos é construir um país com todos os portugueses". 

Mas advertiu que "o diálogo que vale a pena é aquele em que o ponto de partida das partes envolvidas é, desde logo, a partilha da vontade de mudança", deixando "uma clarificação": "Não estaremos disponíveis para conversações inócuas que empatem as decisões imprescindíveis", pois "Portugal não precisa de consensos para adiar o amanhã, precisa de consensos para avançar hoje". 

Querer mais

Carlos Abreu Amorim afirmou que "era fácil, e até confortável, afirmar que está tudo bem. Mas tal seria perpetuar os vícios do passado" e "o estado da Nação ainda não é aquele que projetamos para Portugal". 

"Persistem fragilidades estruturais, desigualdades inadmissíveis, bloqueios institucionais e desconfianças acumuladas ao longo de anos de promessas não cumpridas. Muitos serviços públicos carecem de resposta e modernização. A Justiça continua lenta. As famílias vivem sob pressão. Os jovens lutam por oportunidades. E há demasiados portugueses que ainda não sentem a esperança de um país à altura das suas legítimas ambições", lembrou.

Afirmando não confundir "realismo com resignação", acrescentou que o Governo "não veio negar as dificuldades – veio enfrentá-las"; "não se limita a apontar problemas – está aqui para os resolver"; "não se esconde atrás do passado – está comprometido com o futuro".