"O SNS todos os dias atende milhares e milhares de cidadãos, fá-lo com qualidade, fá-lo com eficiência, fá-lo com humanidade, fá-lo com o reconhecimento dos próprios e das suas famílias", disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro na inauguração do novo Hospital de Sintra, onde esteve acompanhado pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Luís Montenegro acrescentou que muitos milhares de portugueses dirigem, todos os dias, "palavras de grande reconhecimento aos profissionais de saúde" e "algumas notícias (…) também são ofensivas para os profissionais" que são afetados por elas.
Os problemas na Saúde "são, infelizmente, clássicos, vêm de há muitos anos". "temos problemas hoje nas urgências?, temos sim senhor, mas hoje temos menos problemas do que tínhamos há um ano. E se calhar há um ano já tínhamos menos problemas do que tínhamos dois anos antes. E quando nós temos problemas hoje em cinco ou seis serviços de urgência, às vezes esquecemos que temos 160 ou 170 serviços de urgência a funcionar ao mesmo tempo em que aqueles quatro ou cinco têm problemas", afirmou.
Estas palavras não podem ser "uma desvalorização" dos problemas do SNS, pois basta um caso em que haja "problema na resposta ou atraso na resposta, ou incapacidade de resposta" para merecer a preocupação e a atenção do Governo.
Episódios
Referindo que "todos os dias em que somos confrontados com alguns episódios – e muitas vezes os episódios até têm relatos que não coincidem exatamente com os termos objetivos e concretos em que eles aconteceram" –, e "esquecemos que, nesses mesmos dias, há centenas ou até milhares de outros episódios em que as pessoas envolvidas e as suas famílias terminaram as suas ocorrências, muitas vezes com desfechos trágicos, a cumprimentar os profissionais de saúde, a eficiência do SNS", sublinhou.
Apesar desta realidade, parece o país está confrontado "com uma total incapacidade" quando "a capacidade de resposta não está a diminuir", mas a aumentar, disse ainda.
Novo hospital
O novo Hospital de Sintra, cuja construção foi iniciada em 2021, vai aliviar a pressão sobre o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca ou Amadora-Sintra, um dos maiores na região de Lisboa e Vale do Tejo, passando a atender os casos não urgentes no serviço de urgência básica, que representam cerca 60 mil consultas, cerca de metade das realizadas no Hospital Amadora-Sintra.
O hospital, que beneficia 550 mil utentes, vai permitir cuidados mais diferenciados e mais próximos das populações de Amadora e Sintra, ao nível de consultas, cirurgias e internamento.
Vai entrar em funcionamento de forma faseada. Após abertura do serviço de urgência básica no dia 12 de julho passado, abre hoje a atividade cirúrgica e de internamento.
Conta com serviço de ambulatório, consultas externas e exames, unidade de saúde mental, medicina física de reabilitação, central de colheitas e os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, unidade de cirurgia de ambulatório com bloco de cirurgia e recobro, 60 camas de internamento, farmácia, unidade de esterilização e espaço para ensino e formação.
O Hospital de Sintra representa um investimento total de cerca de 81 milhões de euros, a construção ascendendo a 63,8 milhões de euros e a aquisição de equipamentos e mobiliário a mais de 17 milhões de euros.