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Notícias

2025-10-30 às 11h40

Ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid avança até 2030

Comboio rápido
Portugal e Espanha deram um passo decisivo para aproximar ainda mais as capitais ibéricas, com a definição de um conjunto de ações concretas que permitirão estabelecer ligações ferroviárias entre Lisboa e Madrid até 2030, com tempo de viagem de cerca de 5 horas, e uma ligação de alta velocidade — cerca de 3 horas — até 2034.

Em termos de metas, a estratégia ibérica consiste em implementar até 2030:
  • Viagem direta Lisboa-Madrid em cerca de 5 horas;
  • Conclusão das obras na nova linha de alta velocidade entre Évora e Caia até 2025 (operação em 2026);
  • Entrada em operação do troço Plasencia-Talayuela até 2028;
  • Início da construção da segunda via entre Poceirão e Bombel em 2026, com conclusão até 2029 (e operação em 2030);
  • Conclusão dos estudos para a nova linha Lisboa-Évora, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo até 2027.
Até 2034 definem-se ainda as seguintes metas:
  • Viagem direta Lisboa-Madrid em cerca de 3 horas;
  • Construção da nova linha de alta velocidade Lisboa-Évora, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo e duplicação da linha Évora-Caia (caso se justifique a necessidade);
  • Implementação do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário (European Rail Traffic Management System - ERTMS) em diversos trechos entre Lisboa e Madrid;
  • Estudos e eventual construção do novo troço de alta velocidade entre Caia e Badajoz e Estação Ferroviária Internacional Elvas-Badajoz, na fronteira entre os dois países.
A nova ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid representa uma alternativa mais competitiva do ponto de vista de custo e conveniência para os passageiros dos mais de 40 voos diários entre as duas capitais, promovendo também a transferência modal para um transporte com menor pegada carbónica. 

Ao reduzir significativamente o tempo de viagem para cerca de três horas até 2034, este projeto não só reforça a coesão territorial e económica, mas também contribui diretamente para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, contribuindo para uma mobilidade mais sustentável em Portugal e na Península Ibérica.

Este ambicioso projeto insere-se na estratégia europeia de mobilidade sustentável e interligação ferroviária transfronteiriça, envolvendo investimentos estruturantes em infraestrutura, modernização tecnológica e interoperabilidade ferroviária.

De recordar que o Governo português se comprometeu com a neutralidade carbónica até 2050, assumindo a descarbonização dos transportes como uma prioridade estratégica, alinhada com os objetivos do Acordo de Paris e da União Europeia. 

Neste contexto, o desenvolvimento da rede ferroviária de alta velocidade é essencial para promover uma mobilidade mais sustentável, eficiente e ambientalmente responsável sobretudo nas viagens internacionais mais curtas

Interoperabilidade com as redes europeias

Para além da implementação progressiva do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário até 2034, Portugal e Espanha comprometem-se a avaliar os custos e benefícios socioeconómicos e impacto para a interoperabilidade da migração da bitola ibérica para a bitola europeia padrão até 2027. No caso de avaliação favorável, os dois países apresentarão um plano devidamente coordenado para a migração de bitola.

Todas estas ações serão refletidas nos respetivos planos nacionais de investimento, garantindo o compromisso político e financeiro com uma infraestrutura moderna, eficiente e amiga do ambiente.

"Este projeto é mais do que uma ligação ferroviária, é uma ponte para o futuro da mobilidade sustentável e da coesão europeia", realça o Ministro das Infraestruturas e Habitação Miguel Pinto Luz.

"Trata-se de um passo histórico na ligação entre Portugal e Espanha, com um projeto que coloca Lisboa e Madrid a apenas três horas de distância até 2034. Esta é mais uma evidência da aposta firme deste Governo na ferrovia como meio de transporte do futuro — mais rápido, mais sustentável e mais integrado na rede europeia", diz o Ministro. 

"Com investimentos concretos, prazos definidos e coordenação entre os dois países, estamos a garantir que o transporte ferroviário de alta velocidade seja uma realidade ao serviço das pessoas, da economia e da coesão territorial. Esta é também uma evidência do nosso compromisso com uma mobilidade moderna e eficiente bem como da nossa ambição para Portugal", acrescenta.