O investimento na Defesa Nacional terá uma «regra de ouro»: «a modernização e o reequipamento das Forças Armadas terá sempre como pressuposto o envolvimento das indústrias nacionais de defesa», afirmou o Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, acrescentando que respeitará também «dois pressupostos».
O primeiro pressuposto é «nunca, em alguma circunstância, colocar em causa o Estado Social» e o segundo pressuposto, «nunca colocar em causa o bom desempenho da economia e, se possível, reforçar esse desempenho da economia», acrescentou, na sua intervenção no final do primeiro dia do debate do Programa do Governo, na Assembleia da República.
Nuno Melo disse que Portugal apresentou aos aliados «um plano credível para antecipação da meta de investimento de 2% do PIB na Defesa nacional, se possível até ao final de 2025», com investimento em áreas sinalizadas pela NATO para evitar redundâncias em relação ao investimento ou produção de outros países aliados.
Mundo imprevisível
O Ministro referiu que o mundo está «mais imprevisível e mais perigoso», sendo «bem possível que estejamos a testemunhar algumas das mudanças geopolíticas mais relevantes das últimas décadas e, com grande probabilidade, alterações que desafiam a ordem internacional que foi desenhada há 80 anos».
A União Europeia reconhece hoje a necessidade de assumir uma «maior responsabilidade no reforço da defesa coletiva do espaço Atlântico para compensar anos de externalização desse esforço nos Estados Unidos e garantir uma maior autonomia estratégica».
«Portugal, através do Governo, está à altura das suas responsabilidades, está ao lado dos nossos aliados, solidário com a NATO, para a defesa da democracia, para a defesa da liberdade, para a defesa do nosso modo de vida. Fazemos no Governo o que tem de ser feito. Esperamos também que em quem se senta nos bancos da oposição não se faça menos do que isso», acrescentou.