As Provas Finais do 9.º ano do Ensino Básico, a Matemática e a Português, realizaram-se este ano, pela primeira vez, em formato digital. Globalmente, estas provas decorreram com normalidade e tranquilidade, tendo sido registadas apenas falhas pontuais que as escolas souberam solucionar no momento e sem impacto na realização das provas.
A realização de Provas Finais do Ensino Básico em formato digital, pela primeira vez e em todo o país, foi um desafio para todo o sistema educativo e a concretização de mais um importante passo no caminho para a digitalização na Educação em Portugal.
O objetivo de realizar estas provas finais pela primeira vez em formato digital, com sucesso, mobilizou todos os envolvidos, a começar pelos diretores e professores, mas também os serviços do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), que asseguraram as condições nas salas de aula e que procuraram ter os equipamentos e acesso à internet necessários, com capacidade de resposta para ultrapassar dificuldades pontuais que tenham surgido.
Segundo os dados dos serviços do MECI, no dia 25 de junho, foram realizadas 97 352 provas de Português, o que corresponde a 99% das provas previstas. 99% das provas iniciaram-se à hora prevista e apenas 2% dos alunos ultrapassou os 120 minutos de prova, usufruindo do tempo suplementar como previsto.
No dia 20 de junho, foram realizadas 97 450 provas de Matemática, correspondendo a 99% do total de provas previstas e 97% iniciaram-se no intervalo horário previsto.
Enquanto decorreu a prova final de Matemática, foram registadas dificuldades técnicas na plataforma do IAVE relacionadas com o item 2, cujo peso na classificação corresponde a 5 pontos em 100. O item em questão requeria uma associação de três elementos de uma coluna com elementos de uma segunda coluna.
Não tendo sido um problema generalizado, alguns alunos ficaram tecnicamente impedidos de, naquele momento, completar esse item 2 — tendo sido possível completá-lo mais tarde.
Apenas 4% dos alunos – incluindo os que têm necessidades educativas específicas - concluiu a sua prova acima de 120 minutos, usufruindo do tempo suplementar como previsto.
Apesar de a situação ter sido contida e ultrapassada, o MECI reconhece que não foi possível assegurar condições de equidade a todos os alunos na resposta ao item 2 da prova de Matemática, razão pela qual este item será anulado, garantindo que nenhum aluno é prejudicado na sua classificação final.
Terminada a prova, foi registada a partilha de itens do enunciado no domínio público. O caráter não público das provas tem como objetivo o reforço da comparabilidade dos resultados dos alunos ao longo dos anos, contribuindo, desta forma, para uma melhor monitorização da aprendizagem, com um real diagnóstico da evolução das aprendizagens dos alunos e a possibilidade de decidir políticas de Educação baseadas em dados comparáveis.
A situação verificada é lamentável, mas não tem qualquer impacto na realização e na validade da prova deste ano, nem nos resultados dos alunos. Apenas produzirá efeitos na elaboração da prova do próximo ano letivo.
Em fevereiro, os alunos que agora realizaram as provas finais realizaram também provas-ensaio, o que contribuiu para a sua familiaridade com o formato digital em contexto de avaliação, de modo a assegurar condições de equidade.
No âmbito da preparação da realização de provas em suporte digital, atento às condições tecnológicas dos Agrupamentos Escolares e das Escolas Não Agrupadas, os serviços do MECI realizaram quatro inquéritos junto dos Diretores, para que fossem identificadas e devidamente reportadas as suas necessidades.
Foram alocados um total de 15,4 milhões de euros às escolas, para ultrapassar as dificuldades e assegurar todas as condições para que as provas decorressem dentro da normalidade e com toda a tranquilidade.
O MECI autorizou ainda a contratação de 27 técnicos especializados em redes de informática pelos 27 agrupamentos escolares ou escolas não agrupadas que, em maio, no último inquérito realizado, sinalizaram essa necessidade.
Estes técnicos estavam nas escolas para acompanhar e resolver os eventuais problemas técnicos nos dias em que se realizam as provas finais do 9.º ano.
A avaliação externa da aprendizagem e o desenvolvimento de competências digitais pelos alunos é parte fundamental do processo de aprendizagem e uma responsabilidade do sistema educativo.
As provas finais do 9.º ano do Ensino Básico são mais um reforço do compromisso assumido pelo MECI para definir uma Estratégia para o Digital na Educação, como consta do Programa do Governo.
Este caminho prosseguirá no próximo ano letivo, com ajustes e melhorias decorrentes da experiência deste primeiro ano de implementação, que serão comunicados no início do próximo ano letivo.