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2024-10-03 às 19h04

Governo reafirma compromisso com estabilidade política e execução do programa reformista

Intervenção do Primeiro-Ministro no debate quinzenal na Assembleia da República
Primeiro-Ministro Luís Montenegro no debate quinzenal, Lisboa, 3 outubro 2024 (Foto: Gonçalo Borges Dias/GPM)
O Primeiro-Ministro Luís Montenegro iniciou a sua intervenção no debate quinzenal afirmando que o Governo, que assumiu funções há seis meses, "continua plenamente focado em executar o seu programa", sendo movido por um espírito reformista e transformador. Relembrou que este programa foi sufragado nas urnas e apresentado no Parlamento, estando "concentrado em resolver os problemas das pessoas (…) colocando a economia a crescer e, através dela, criando condições para salvaguardar o Estado Social".

Negociações, acordos e medidas com as classes profissionais
O Governo já resolveu questões socioprofissionais que estavam pendentes há anos, através dos acordos alcançados com representantes dos professores, das forças de segurança, dos guardas prisionais e dos oficiais da justiça. No mesmo sentido, foi celebrado um acordo de valorização remuneratória com o sindicato dos enfermeiros, uma "valorização que não acontecia há 15 anos", disse o Primeiro-Ministro. Acrescentou ainda a maior valorização de sempre das forças armadas portuguesas, "dignificando a carreira e criando condições mais atrativas para aumentar o número de efetivos".

Habitação
Em matéria de habitação, o Primeiro-Ministro referiu os contratos e termos de responsabilidade assinados com dezenas de municípios para a construção de cerca de 10,1 mil habitações, no âmbito do Programa Construir Portugal. O Governo acelerou ainda a execução do PRR, "através da redução da burocracia e de um maior envolvimento das autarquias locais". Assim, "aumentamos de 26 mil para 59 mil o número de novas casas a disponibilizar nos próximos anos, incluindo habitação acessível para a classe média", disse.

Plano social
No plano social, o Governo procedeu à revisão dos protocolos de cooperação com as instituições sociais, o que permite aumentar a comparticipação das respostas sociais, sobretudo "nas valências dirigidas às pessoas mais idosas", referiu o Primeiro-Ministro. Ainda neste âmbito, relembra o aumento do Complemento Solidário para Idosos para 600 euros, o fim da condição de recursos dos rendimentos dos filhos e a comparticipação de 100% nos medicamentos. Luís Montenegro referiu ainda o suplemento extraordinário (num valor entre os 100 e os 200 euros) que 2 milhões e 400 mil pensionistas vão receber este mês. Por fim, mencionou a criação do  Estatuto da Pessoa Idosa e a revisão do Estatuto do Cuidador Informal assim como as novas regras de atualização das pensões.

Educação e economia
A educação e a economia são outras das áreas que estão a ser valorizadas por este Governo, quer pela apresentação e execução do Plano + Aulas + Sucesso, quer pela implementação das mais de 50 medidas do Programa Acelerar a Economia. O Primeiro-Ministro realçou também o lançamento de novos incentivos para um concurso extraordinário de recrutamento de docentes.

Mobilidade, sustentabilidade e transição energética
As medidas não se esgotam no que já foi alcançado. Luís Montenegro avançou com uma das medidas que será apresentada esta sexta-feira, num Conselho de Ministros Extraordinário – a criação de um passe ferroviário que vai garantir o acesso dos portugueses a todos os comboios, com a exceção do Alfa Pendular, com um custo de apenas 20 euros mensais.

Saúde
Luís Montenegro realçou a execução do Plano de Emergência e Transformação da Saúde. Das 54 medidas, 15 já estão concluídas, 32 estão em curso e as restantes 7 iniciar-se-ão em março de 2025, como explicou o Primeiro-Ministro. Destacou ainda o início da obra do novo Hospital de Todos os Santos, que se iniciará na próxima segunda-feira.

Incêndios
O Primeiro-Ministro reiterou o pesar pelas vítimas e a "solidariedade para todos os que perderam as suas casas, as suas propriedades, os seus bens, os seus animais e as suas empresas". Expressou a gratidão do Governo e do povo português "a todos os que participaram nas operações de combate aos fogos: bombeiros, agentes da Proteção Civil, forças de segurança, militares, autarcas e as populações locais". Perante esta tragédia, o Governo preveniu, ao declarar estado de alerta "perante os avisos meteorológicos das condições extremas que se avizinhavam", e combateu "com o maior dispositivo de sempre no combate a incêndios". Adicionalmente, o Governo reforçou as capacidades nacionais através da imediata ativação do mecanismo europeu de proteção civil, ao abrigo do qual contou com a colaboração de Espanha, França, Itália e Grécia, tendo ainda o apoio do Reino de Marrocos.
Luís Montenegro afirmou que o Governo fez o que estava ao seu alcance, mas que isso não significa "que não estejamos disponíveis para aprofundar tudo aquilo que aconteceu nestes incêndios", tanto o que foi bem gerido como o que não foi tão bem gerido. Disse ainda que o País já está a recuperar graças à criação de uma equipa multidisciplinar coordenada pelo Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que se deslocou aos locais mais afetados para garantir o apoio às populações e às autarquias mais atingidas. Esta recuperação será acelerada com a verba de 500 milhões de euros de fundos europeus, que serão utilizados para cobrir os prejuízos dos fogos. Adicionalmente, o Governo já adiantou 100 milhões de euros do Orçamento do Estado para as despesas mais urgentes. "Estamos empenhados em acelerar e simplificar os processos de recuperação e estamos, sobretudo, centrados em fazer o apoio chegar o mais cedo à vida das pessoas", disse o Primeiro-Ministro.

Orçamento do Estado
O Primeiro-Ministro referiu a necessidade de garantir a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 – "o interesse nacional assim o exige; o contexto nacional assim o impõe; o sentido de Estado assim o determina". Disse que "cada um deve estar à altura das suas responsabilidades", algo evidenciado no recente acordo de concertação social, onde a UGT afirmou que o Governo está a ir mais longe na valorização dos trabalhadores, a CAP realçou a "prova de maturidade incita no acordo" e a CIP destacou o estímulo à produtividade.
Concluiu, por isso, que "os parceiros sociais estão com o País e os portugueses contam com o Governo", colocando o ónus no lado da oposição. Luís Montenegro reiterou que "o Governo nunca quis nem quer eleições antecipadas" e que, se isso acontecer, os portugueses perceberão facilmente quem serão os responsáveis. Terminou o discurso dizendo que "os tempos que vivemos exigem lucidez, bom senso, boa-fé e lealdade. Lealdade entre os partidos, mas sobretudo lealdade entre a política e as pessoas, entre a política e os portugueses".