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2022-06-09 às 11h59

PRR vai investir 47 milhões na formação em cibersegurança

Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo
«É fundamental que todas as entidades, públicas e privadas, assumam na sua cultura organizacional a cibersegurança como uma componente fundamental da sua atividade, essencial à preservação de valor, tanto financeiro como reputacional», disse o Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, na C-Days 2022, no Estoril, Cascais.

Mário Campolargo sublinhou que «este é, de facto, um tempo em que a cibersegurança assume uma posição de relevo na vida das pessoas e é crucial a atividade das organizações», na abertura do terceiro e último dia da oitava edição dos C-Days 2022, subordinados ao tema «Apostar na prevenção».

Numa declaração antes da conferência, o Secretário de Estado disse que ela é «momento marcante para mobilizar as empresas, o serviço público, as universidades, para um reforço» do quadro nacional de cibersegurança.

Subida nos índices internacionais

«O Centro Nacional de Cibersegurança tem vindo a disponibilizar às empresas e aos cidadãos vários recursos para reforçarem as suas capacidades de cibersegurança, promovendo boas práticas através do Quadro Nacional de Referência em Cibersegurança junto das empresas e entidades públicas, e realizando ações de formação e treino em contexto profissional, através de cursos online que, desde 2019, já formaram mais de 100 mil pessoas», referiu.

O Secretário de Estado acrescentou que «este trabalho tem tido consequências práticas. Uma dessas evidências é o facto de o Índice Global de Cibersegurança, divulgado em 2021 pela União Internacional das Telecomunicações (um organismo das Nações Unidas), ter colocado Portugal a subir do 42.º lugar para o 14.º a nível mundial, entre 194 países, e do 25.º para o 8.º a nível europeu».

Para manter este impulso, o Plano de Recuperação e Resiliência tem inscritos 47 milhões de euros «para o reforço do quadro geral da cibersegurança, e que se destinam a dar resposta a algumas das principais questões da atualidade nesta matéria». 

Reforçar a literacia

Mário Campolargo destacou, na sua declaração anterior à intervenção, a importância do «reforço da literacia das pessoas sob o ponto de vista digital», «numa altura em que os ataques de ransomware e de phishing têm aumentando significativamente», «em particular com a pandemia e o recurso ao teletrabalho», porque «para além do aspeto tecnológico, o aspeto humano também é fundamental».

Assim, «para ajudar as empresas e as entidades públicas de todo o país a definirem a sua própria abordagem à cibersegurança vai ser criada a C-Network, uma rede de centros de competências, instalando um em cada região NUTS de Portugal, incluindo Açores e Madeira, que disponibilizará apoio técnico especializado e aconselhamento de primeira linha, contribuindo para o processo de transformação digital», disse.

«Para ter produtos e serviços mais seguros e confiáveis em termos de cibersegurança, vamos desenvolver o ecossistema de certificação da cibersegurança, financiando a criação de organismos de avaliação de conformidade para os esquemas europeus e nacionais de certificação», referiu também.

Academia de cibersegurança

E «para aumentar a oferta de recursos humanos especializados em cibersegurança à disposição das empresas e da Administração Pública – uma das questões mais importantes em matéria de cibersegurança que tem vindo a ser identificada, também aqui abordada na C-Days – vamos lançar a C-Academy, a Academia de Cibersegurança», acrescentou.

Esta academia será «um programa de formação avançada ministrado por várias instituições de ensino superior, que permitirá formar 9800 especialistas», através de um memorando de entendimento com as primeiras instituições de ensino superior que aderiram, assinado imediatamente a seguir.

O Secretário de Estado sublinhou igualmente que «a Digitalização não é um fim em si mesmo, mas sim um instrumento de desenvolvimento ao serviço de uma sociedade feita por pessoas e para as pessoas».