PRR é oportunidade para a indústria portuguesa se afirmar na Europa

O Plano de Recuperação e Resiliência é uma «enorme oportunidade» para a indústria portuguesa crescer e se afirmar na produção industrial europeia, disse o Primeiro-Ministro António Costa, numa visita inserida no roteiro PRR em Movimento.

António Costa apontou como vantagens competitivas de Portugal, a posição geográfica, o alto nível de segurança pública, o saber fazer acumulado ao longo de séculos, a mão de obra qualificada e o estar «na linha da frente» da transição energética.

«Isto dá-nos uma oportunidade extraordinária» que o PRR visa concretizar, disse, acrescentando que todos «ambicionamos que o País cresça sempre mais», o que significa «produzir mais valor do que aquele que produzia no ano anterior».

O Primeiro-Ministro visitou a empresa têxtil Riopele, em Famalicão, que integra a agenda mobilizadora Projeto Lusitano, que visa encontrar soluções têxteis sustentáveis a partir de fibras naturais e fibras recicladas provenientes de vestuário em final de vida.

«Cada vez mais os têxteis técnicos têm um maior peso, porque é o valor acrescentado que a inovação trouxe a esta indústria que lhe permite hoje ser competitiva, próspera, geradora de emprego e geradora cada vez de maior rendimento para quem trabalha em toda esta fileira», disse.

António Costa visitou também a central de biomassa da empresa, que deverá começar a produzir vapor ainda no primeiro trimestre deste ano, para reduzir em 65% o consumo de gás natural.

«Todos nós percebemos, pela brutal subida do preço do gás natural» decorrente da agressão russa à Ucrânia, «como é essencial avançar para outras formas de produção de energia», disse referindo que as transições energética e digital são «desafios cruciais» para o futuro da indústria nacional, disse.

Durante a manhã, o Primeiro-Ministro, que esteve acompanhado pela Ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que tutela os fundos europeus, e pelo Ministro da economia e do Mar, António Costa Silva, visitou a empresa farmacêutica nacional Bluepharma, em Coimbra.

Com o dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência, a farmacêutica portuguesa, que compete no mercado mundial, está acelerar um projeto já com seis anos, com um investimento de 30 milhões de euros, para desenvolver medicamentos injetáveis complexos, em consórcio com a Universidade de Coimbra, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e outras empresas.

António Costa afirmou que Portugal está a «concentrar os recursos do PRR, não para fazer o que faz habitualmente, mas para fazer o que é extraordinário, irrepetível e que ficará para o futuro».

Para isto, está a «investir em investigação e desenvolvimento», criando maior capacidade para «continuar a trajetória de crescimento sustentado e de maior prosperidade», acrescentou.

«A lógica do PRR é dar oportunidade às empresas e consórcios das áreas mais diversas de fazerem o que ainda não foi feito, o que nos dá a confiança de que o País pode crescer mais do que anteriormente e de forma sustentável», sublinhou.