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2022-07-22 às 17h21

Primeiro-Ministro destaca importância do transporte público no combate às alterações climáticas

Sistema de Mobilidade do Mondego - consignação das obras da Linha do Hospital: Aeminium-Hospital Pediátrico
«Esta linha de 3,5 km é um pequeno passo para a humanidade, mas é um enorme passo para o contributo que podemos dar, à escala da cidade de Coimbra, para combater as alterações climáticas», disse o Primeiro-Ministro António Costa na consignação das obras da Linha do Hospital Aeminium-Hospital Pediátrico do Sistema de Mobilidade do Mondego, em Coimbra.

O Sistema de Mobilidade do Mondego consiste na instalação de um metrobus com tração a baterias elétricas no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra. Com uma extensão total de 42 km, fará a ligação de Serpins, Lousã e Miranda do Corvo a Coimbra, da cidade à estação ferroviária de Coimbra B e através do eixo central da cidade, entre a beira rio e a zona dos hospitais.

O Primeiro-Ministro referiu que «o sistema de mobilidade do Mondego foi estudado, encontrou-se uma solução e estamos numa das últimas paragens para que, em 2024, o sistema esteja totalmente concluído e em funcionamento».

A «solução deste sistema de mobilidade permite assegurar o acesso direto aos hospitais da Universidade de Coimbra a toda a população» abrangida, e «melhorar a mobilidade na cidade, ligando a baixa e a alta, como não está ligada há muitos anos», o que «tem um potencial de transformação da qualidade de vida na cidade, que o município saberá valorizar», disse.

Controlar alterações climáticas

António Costa afirmou que a mobilidade é, juntamente com as energias renováveis e a eficiência energética, uma das variáveis fundamentais para controlar as alterações climáticas. 

«70% dos gases com efeitos de estufa que emitimos, vêm da mobilidade. Temos de fazer a grande mudança de usar cada vez menos transporte com base no combustível fóssil e de usar cada vez mais transporte com base noutro tipo de energia; cada vez menos o transporte individual e cada vez mais o coletivo», disse.

As cidades «levaram 50 anos a acomodar o automóvel, mas agora têm menos tempo para aprender a viver sem o automóvel, porque ou andamos de automóvel ou vivemos», disse.

«O que temos a fazer é encostar o automóvel e encontrar outros sistemas, para que a humanidade e as outras espécies possam sobreviver e o planeta, que é o único, seja habitável. É uma responsabilidade que temos para com as gerações vindouras», sublinhou.

Economia circular

«Investindo simultaneamente nas energias renováveis, na eficiência energética e na mobilidade sustentável podemos combater as alterações climáticas», disse. 

Mas «não chega: temos de olhar para os resíduos, não como desperdício, mas como matéria-prima na economia circular, para a água, bem finito, em que temos de explorar tudo o pudermos para enfrentar o novo paradigma de seca severa regular» porque «o clima mudou».

O Primeiro-Ministro apontou a necessidade de «explorar as oportunidades de dessalinização – temos um projeto piloto no Algarve, no âmbito do PRR, e ontem o Ministro do Ambiente e da Ação Climática anunciou outro projeto de dessalinização no litoral alentejano». 

Apontou também a necessidade de «trabalhar na reutilização das águas residuais – ontem, o Conselho de Ministros aprovou um pacote de Simplex ambiental que inclui a simplificação do processo de licenciamento das águas residuais, preservando a saúde pública e a qualidade ambiental». 

E apontou ainda a necessidade de «explorar as soluções de redes separadas, aproveitando mais facilmente a água pluvial, exigindo maior tratamento das águas residuais».

António Costa afirmou que «temos esta luta contra o tempo, especialmente em Portugal, porque as alterações climáticas colocam Portugal na zona de risco em todas as suas dimensões: erosão costeira por subida das águas do mar; risco de incêndio florestal; risco de seca severa – em todos Portugal é afetado».