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Histórico XXIII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2023-03-08 às 15h15

Primeiro-Ministro almoçou com 100 mulheres cientistas

Primeiro-Ministro António Costa e Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, num almoço com 100 mulheres cientistas para comemorar o Dia da Mulher, Lisboa, 8 março 2023 (foto: António Pedro Santos/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que houve progressos relevantes na igualdade entre homens e mulheres e que, embora Portugal esteja nos primeiros lugares, é intolerável que persistam diferenças salariais significativas, numa declaração à imprensa à entrada para um almoço com 100 mulheres cientistas, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, em Lisboa, onde esteve acompanhado pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

«A igualdade é um percurso que tem vindo a ser prosseguido, mas que tem de continuar, porque é um desafio nunca totalmente alcançado e ainda há muito a progredir», disse, destacando o «enorme esforço ao nível das qualificações ao longo das últimas décadas».

Presentemente, «em todos os níveis de formação superior, de licenciatura, de mestrado ou doutoramento há uma maioria de mulheres, que têm um enorme peso em todas as áreas científicas, designadamente nas matemáticas. Tem também havido progressos nas áreas das engenharias, mas na tecnologia há um enorme caminho a percorrer», destacando a área digital.

«A diferença que existe na programação [informática] é perigosíssima em relação ao futuro, porque a programação vai ser fundamental para todas as atividades no setor digital no futuro. Portanto, esta desigualdade na formação é um risco enorme de reprodução de desigualdades futuras», referiu.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) possui medidas especificamente destinadas a aumentar o número de mulheres nas áreas das engenharias ou das tecnologias.

Resultados positivos

António Costa sublinhou as consequências das medidas de política tomadas nos últimos anos, destacando a presença de mais mulheres no parlamento, nas autarquias ou no Governo.

«Se aumentámos a participação das mulheres na vida política, deve-se ao facto de termos alterado a lei da paridade, exigindo 40% não só das candidaturas, como também no posicionamento das mulheres nas listas, de forma a que não ocupem só os lugares de suplentes. Hoje temos um Governo com nove homens e nove mulheres como Ministros que é fruto desse processo», disse.

A legislação para aumentar a representação de mulheres nos órgãos das empresas cotadas em bolsa «produziu um aumento muito significativo», afirmou.

«Se verificarmos as medidas que foram adotadas em matéria de igualdade salarial, reduzimos a diferença de 16% para 11%», embora seja «intolerável que se mantenham estes 11% de diferença entre os vencimentos dos homens e das mulheres», sublinhou. 

O Primeiro-Ministro disse ainda que «tem de se reconhecer os progressos que se fizeram, mas compreender que são precisas medidas – e que essas medidas sejam aplicáveis».

António Costa citou um trabalho da publicação «The Economist» sobre as condições de trabalho em diferentes países, na qual se verifica que Portugal surge após os países nórdicos em quinto lugar quanto à desigualdade entre homens e mulheres.

«Isto é fruto das medidas adotadas na legislação do trabalho para melhor conciliação entre vida profissional e familiar. Espero que a rápida entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno reforce estas condições. Este é um combate em que temos de continuar, porque enquanto houver diferenças salariais a igualdade não está efetivamente assegurada», concluiu.