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Notícias

2022-12-29 às 14h51

Preços da energia deverão ficar abaixo da inflação em 2023

Conferência de Imprensa sobre preços da energia em 2023
Ministro do Ambiente e da Ação Climática e Secretário de Estado do Ambiente e da Energia na conferência de imprensa sobre preços da energia em 2023, Lisboa, 29 dezembro 2022 (Foto: António Pedro Santos/Lusa)
O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Coreiro, afirmou que os preços da energia deverão ficar abaixo da inflação em 2023, permitindo assim que esta também baixe, face a 2022

Duarte Cordeiro falava na conferência de imprensa que decorreu em Lisboa, sobre os preços da energia em 2023, onde participou também o Secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba.

O Ministro disse que a primeira avaliação do Governo «é que os preços da energia deverão pesar menos na carteira dos portugueses em 2023», por se tratarem de valores abaixo da inflação prevista no Orçamento do Estado para 2023:

Nalguns casos «estamos a falar da manutenção de preços, ou mesmo de reduções de 11 a 15%», acrescentou.

Eletricidade

A propósito da eletricidade, o Ministro afirmou que ao nível do mercado regulado haverá, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, uma variação de mais 1,6%, correspondente a um aumento de mais 0,54 euros no preço da eletricidade para um casal sem filhos, com um consumo anual 1.900 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada 3,45 kVA. Para o exemplo de um casal com dois filhos - com consumo anual de 5.000 kWh, consumo em vazio de 40%, e potência contratada 6,90 kVA - o aumento será de 1,41 euros. 

Relativamente ao mercado liberalizado, projeta-se uma variação de menos 6,03 euros para o primeiro exemplo e menos 14,97 euros para o segundo exemplo.

Perante estes valores, Duarte Cordeiro disse que, no caso da eletricidade, as famílias poderão encontrar, em 2023, ofertas «no mercado liberalizado com preços mais baixos que os do mercado regulado».

O Ministro referiu que isto só é possível porque «o Governo e o regulador mobilizaram 4,5 mil milhões de euros para conter os preços de eletricidade», «o maior valor de sempre de injeção financeira no sistema elétrico nacional».

No caso das empresas, Duarte Cordeiro deu o exemplo do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, cuja fatura da eletricidade deverá sofrer uma variação de menos 24% entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, passando a sua fatura de 3540,45 euros para 2690,74 euros, respetivamente.

Benefícios do mecanismo ibérico

O Ministro destacou também, na sua intervenção inicial, os benefícios do mecanismo ibérico:

«Nós tivemos, em dezembro, um benefício que significou mais ou menos o dobro do que tivemos ao longo do ano», designadamente, «um desconto de cerca de 34 % enquanto, ao longo do ano», este benefício «correspondeu a sensivelmente 17%», detalhou.

Duarte Cordeiro disse ainda que a expetativa «é que o mecanismo ibérico vá ter descontos mais altos no início do ano e isso resulta do aumento da produção da energia renovável por um lado, e do aumento do número de clientes que partilham os custos do mecanismo ibérico, por outro».

O Ministro deu ainda nota de que, em dezembro, as energias renováveis tiveram um peso de 76% «na produção de energia elétrica», um valor muito elevado quando comparado com a média durante o ano.

Gás

Relativamente ao gás natural, Duarte Cordeiro referiu que o preço da tarifa regulada - mesmo que com o aumento previsto de 3% para 2023 - continua 65% abaixo do mercado regularizado no caso dos domésticos e 70% abaixo nos pequenos negócios.

A tarifa regulada é assim, refere o Ministro, «uma opção que permite uma poupança significativa no que diz respeito às famílias e às pequenas empresas».

«Para os consumidores acima dos 10 mil metros cúbicos», prossegue Duarte Cordeiro, foi feita «uma injeção de mil milhões de euros que perspetiva também a possibilidade de um preço de referência de 120 euros», «um desconto na casa dos 30%» e «uma comparticipação no valor da tarifa de cerca de 40 euros».

O Ministro disse ainda que, «mais do que nunca, faz todo o sentido» os consumidores e as empresas compararem - através do simulador da ERSE, por exemplo - as ofertas de tarifa regulada e mercado liberalizado para obterem  «poupanças significativas no preço da eletricidade e do gás, durante o próximo ano».