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2023-05-30 às 12h27

Portugal atinge novo recorde de investimento empresarial: 32 mil milhões de euros

Primeiro-Ministro, António Costa, visita sede da Accenture Portugal
Primeiro-Ministro, António Costa, visita sede da Accenture Portugal, Lisboa, 30 maio 2023 (foto: Paulo Vaz Henriques)

Primeiro-Ministro quer assegurar a geração «mais realizada de sempre» . Atrair e fixar empresas é uma forma de reter os jovens


Em 2022 foi fixado «um novo recorde de investimento em Portugal: 32 mil milhões de euros de investimento empresarial, que tem permitido a criação de um maior número de empregos mais qualificados», revelou o Primeiro-Ministro após a visita à sede da Accenture Portugal, empresa multinacional de tecnologia, que no último ano abriu três novos centros tecnológicos em Matosinhos, Aveiro e Coimbra.

«Portugal vai continuar a apostar no talento e a atrair e a fixar o investimento necessário para aproveitar totalmente este potencial. Temos de assegurar que esta geração é mesmo a mais realizada de sempre», concluiu.

António Costa referiu ainda que «ano após ano, temos vindo a ter um aumento significativo do investimento privado e temos vindo a bater sucessivos recordes no aumento do stock de investimento direto estrangeiro no nosso país, o que se tem traduzido no crescimento da economia, no facto de termos o emprego hoje em máximos e os rendimentos também poderem ter vindo a evoluir».

Nos últimos anos, cerca de 200 empresas criaram 85 mil postos de trabalho altamente qualificados. «É importante termos cada vez mais empresas com serviços e produtos de maior valor acrescentado, em correspondência com um novo paradigma salarial», destacou.

Retenção de talento 
O Primeiro-Ministro referiu que «o maior desafio que a nossa sociedade tem hoje em dia é a capacidade de reter o talento que as famílias portuguesas, o sistema educativo e universitário conseguiram formar nas últimas três décadas».

Como exemplo, António Costa disse que há três décadas, mesmo que a Accenture quisesse, não tinha os recursos humanos suficientes para ter os centros tecnológicos que hoje tem em Portugal. «Hoje felizmente pode ter, porque o País e as famílias foram capazes de criar esses recursos».

Para o Primeiro-Ministro é necessário «avançar e apostar no crescimento do nosso tecido económico para podermos corresponder àquilo que são as legítimas expetativas das novas gerações e isso implica termos cada vez mais empresas com produtos e serviços de maior valor acrescentado. Só assim podem subir significativamente o salário médio».

«É esse alinhamento entre as políticas públicas e a iniciativa privada que é fundamental para podermos ter sucesso», sublinhou.

«Foi por isso que lançámos o programa do IRS Jovem, das creches gratuitas e que agora lançámos a nova geração de políticas de habitação. Porque há um conjunto de medidas que podemos adotar para melhorar o rendimento líquido das famílias e que complemente este esforço que as empresas estão a fazer de transição para um novo paradigma salarial. Para esse novo paradigma salarial existir é fundamental atrair e fixar empresas com capacidade para produzir esses serviços ou bens de maior valor acrescentado», destacou.

Emprego e recursos humanos mais qualificados
O Primeiro-Ministro salientou ainda que entre 2015 e 2022, mais 72 mil pessoas com menos de 35 anos com formação superior tiveram contratos de trabalho efetivo. «Essa é uma realidade que traduz a criação de emprego mais qualificado e é uma dinâmica que temos de prosseguir».

«Felizmente temos conseguido continuar a aumentar o número de jovens com acesso ao ensino superior. Por um lado, o abandono escolar precoce no ensino secundário caiu para menos de metade nos últimos sete anos e neste momento já estamos acima da média europeia relativamente ao número de pessoas que frequentam o ensino superior, com 48% face aos 42% da média europeia», referiu.

António Costa relembrou que se hoje «temos vindo a fixar em Portugal tantos centros de competências avançadas como aqueles que a Accenture abriu, três no último ano, como várias outras empresas dos mais diversos setores de atividade o têm feito, é porque hoje temos recursos humanos altamente qualificados».

O Primeiro-Ministro deu o exemplo da indústria automóvel. «Antigamente tínhamos a fixar-se em Portugal alguns construtores para fabricarem automóveis e com base essencialmente nos baixos custos do nosso trabalho. Hoje, alguns desses construtores, e outros que nunca tiveram cá fábricas, estão cá a instalar, além das fábricas,  centros de desenvolvimento de software, centros de altas competências na mobilidade do futuro e isso significa que para além de fabricarmos em Portugal, começamos a criar os produtos do futuro».

Para António Costa é isso que explica «em grande medida» os resultados que o País tem alcançado. 

«Tal como não teremos uma subida do salário médio sem termos cada vez mais empresas a subirem o valor acrescentado dos seus produtos e serviços, também não teremos uma economia a crescer mais, se não tivermos mais investimento», sublinhou.

Exportações de bens como fator de confiança para investidores
António Costa recordou que em 2022, pela primeira vez, as exportações nacionais representaram mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB). «Não desvalorizando o turismo, fundamental para a nossa economia, o crescimento da exportação de bens tem sido muito superior ao da exportação de serviços. E dentro do serviços, os outros serviços como os da Accenture têm crescido mais do que tem sido o crescimento do turismo».

«Esta mensagem é muito importante porque é isso que permite dar confiança a quem está a investir no setor industrial, por sentir que o investimento que faz tem um retorno efetivo para a empresa e para o país em todas as vertentes: no volume de emprego, na qualidade de emprego, na capacidade de exportação e no valor acrescentado que permite que a nossa economia continue a crescer», destacou.