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2022-12-05 às 17h10

«Poder falar a minha língua materna é um Direito Humano fundamental»

Ministro da Educação, João Costa, na sessão de abertura do encontro «Multilinguismo - Política da Língua e Estratégias na UE», Lisboa, 5 dezembro 2022
O Ministro da Educação, João Costa, participou na sessão de abertura do encontro «Multilinguismo - Política da Língua e Estratégias na UE», da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, no qual sublinhou a relevância deste programa que considera «das coisas que melhor corre na União Europeia desde a sua fundação».

O Ministro - que foi um dos primeiros estudantes portugueses a participar no programa Erasmus - salientou a importância deste intercâmbio, por dar aos participantes «a possibilidade de nos tornarmos conscientes de que o Mundo é mais do que nós e nós fazemos parte desse mundo, sem, com isso, perdermos nada da nossa identidade».

«Quando falamos de multilinguismo temos esta Europa que é extraordinária, que tem 24 línguas oficiais. Era tão fácil ter-se escolhido duas ou três, porque são as mais faladas, ou porque são as mais aprendidas, mas a União Europeia fez a opção certa. Se há algo que mantemos enquanto membros da UE é um conjunto de valores partilhados, entre os quais o da democracia. Quando falamos de democracia, falamos de Direitos Humanos e eu poder falar a minha língua materna é um Direito Humano fundamental», afirmou João Costa.

«Este encontro tem valor por si só, mas tem o valor acrescido em vários contextos que vivemos. Portugal era, até há pouco tempo, um país aborrecidamente monolingue. Hoje, o normal nas escolas portuguesas é falarem-se 20, 30 línguas maternas. Isto é muito bom, é um sinal de uma sociedade que começou a acolher. O normal é falarmos línguas diferentes. Mas isto ainda é percebido como um desafio para a escola, ou seja, uma sala de aula que é multilingue, o aluno que chega à escola e não fala português, o contacto entre diferentes línguas ainda é percebido por nós todos, enquanto sistema educativo, como um desafio», disse o Ministro, que assim explicou a importância da partilha de práticas entre países. 

No caso português, destacou a alteração do enquadramento legal para o ensino do Português Língua Não Materna e das possibilidades dadas às escolas no âmbito da flexibilidade curricular, com «a possibilidade de fazer uma integração progressiva no currículo mas sempre preservando também aquilo que é fundamental no multilinguismo, que é o convívio e a confraternização». 

João Costa destacou ainda o papel das associações de professores de inglês, de francês, de espanhol e de alemão «que têm sido parceiros inexcedíveis no desenho da nossa política curricular para as línguas estrangeiras e para a política curricular no geral».

Multilinguismo e inclusão

Durante dois dias professores de Portugal e de outros países vão abordar a importância do multilinguismo na União Europeia, neste encontro em Lisboa. 

Na sessão de abertura participaram ainda a diretora agência Erasmus+, Cristina Perdigão, e a Embaixadora da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Moreira de Sousa.

A embaixadora Sofia Moreira de Sousa disse que «o multilinguismo está no ADN da União Europeia» e que por isso o ensino e a aprendizagem de línguas vai continuar a ser uma prioridade.

Cristina Perdigão disse que a agência Erasmus+ é uma «promotora por natureza do multilinguismo», um fator importante de empregabilidade e inclusão social.