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2023-05-05 às 18h17

«O que torna a língua portuguesa universal é a multiplicidade de formas de expressão»

Primeiro-Ministro António Costa com a escritora moçambicana Paulina Chiziane na entrega do Prémio Camões 2021, Lisboa, 5 maio 2023 (foto: António Pedro Santos/Lusa)
«De Camões, retemos o exemplo como criador de uma nova língua portuguesa e da sua universalidade. Em vez de uma visão estática da língua, Camões revela a possibilidade de expandir os limites dessa língua. O que torna a língua portuguesa universal é a multiplicidade de formas de utilização e de expressão de todos os que a falam, que a escrevem ou cantam», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa.

O Primeiro-Ministro fez esta declaração momentos antes da entrega do Prémio Camões 2021 à escritora moçambicana Paulina Chiziane, em Lisboa, na presença do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Destacando que a entrega do Prémio Camões ocorre pela primeira vez no Dia Mundial da Língua Portuguesa, disse que este dia «deve ser sentido, verdadeiramente, como celebração e valorização da comunidade dos países e dos povos que a falam, que, antes de ser uma realidade política, era já uma realidade afetiva».

«Uma língua que não se restringe às formalidades e às decisões dos Governos. Mas uma língua que os povos seus falantes usam para comunicar. E ainda que a falem com múltiplas variantes ou sotaques diversos, a falar se entendem. O português é, hoje, a língua de várias pátrias, uma língua que navega e se recria em cada porto, permitindo conhecermo-nos melhor na diversidade das nossas múltiplas identidades nacionais, mas também sentirmo-nos menos estrangeiros na casa de cada um», disse ainda.

António Costa acrescentou que esta é «uma feliz ocasião para entregar a Paulina Chiziane o Prémio Camões, ele próprio um símbolo maior de uma grande comunidade linguística», tanto mais que a escritora pertence à geração de autores moçambicanos que emergiu a seguir à independência.

O Primeiro-Ministro referiu que os romances de Paulina Chiziane retratam «as diferenças culturais entre o Norte e o Sul, os traumas da guerra civil, as tradições ancestrais, os dilemas do povo moçambicano, os seus modos, as suas aspirações. Como toda a grande literatura, eles permitem aos seus leitores aceder a mundos que lhes são distantes, mas que, ao mesmo tempo, têm uma dimensão universal».