O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou que os novos equipamentos da rede de cinemas e cineteatros democratizam o acesso à oferta cultural.
Pedro Adão e Silva falava na assinatura dos contratos de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em Aveiro, para renovação tecnológica de cineteatros e centros de arte contemporânea, que preveem um investimento de 23,2 milhões de euros.
Afirmando que «a Cultura foi novidade tardia no PRR, mas uma boa novidade», o Ministro realçou a importância da medida, que corresponde a 10 por cento da dotação e «tem como objetivo político a disseminação do digital, que constitui um ponto de viragem na democratização da Cultura».
«A experiência de ver cinema em sala enfrenta hoje dificuldades e ameaças, mas ver cinema em casa não é a mesma coisa, sendo a Cultura no espaço público instrumental para criar o espírito de pertença à comunidade», disse ainda.
Medida abrange 155 cineteatros e centros de arte contemporânea
De um total de 155 cineteatros e centros de arte contemporânea a serem beneficiados com renovação tecnológica - incluindo aquisição de equipamento de projeção digital de cinema (DCP) e de vídeo - foram assinados contratos para 42 equipamentos da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, envolvendo 27 municípios e entidades como o Theatro Circo, de Braga, e a Universidade de Coimbra.
O Cineteatro São Pedro, em Alcanena, o Theatro Gil Vicente, de Barcelos, o Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, a Oficina Municipal do Teatro de Coimbra, a Sala de Espetáculo da associação Eborae Música, em Évora, o Centro Cultural Raiano, de Idanha-a-Nova, a Casa da Cultura de Ílhavo, o Auditório Municipal de Lagoa, o Cineteatro de Monte Real, Leiria, o Cineteatro de Ourém, o Cine Teatro São João, em Palmela, o Centro Cultural de Carregal do Sal, o Centro de Artes do Espetáculo e o Museu da Tapeçaria, ambos em Portalegre, são outros equipamentos beneficiados nos contratos assinados.
Do total de 42 salas de espetáculo com financiamento, agora assinado, contam-se ainda: o Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, o Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, o Centro das Artes e do Espetáculo de Sever do Vouga, o Auditório António Silva e o Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, o Teatro-Cine Ferreira da Silva, de Torres Vedras, e o Teatro Municipal de Vila Real.
No município de Mafra, que acolherá o Museu Nacional da Música, há quatro equipamentos: Auditório Municipal Beatriz Costa, Auditório Municipal da Malveira, Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva e a Casa da Música Francisco Alves Gato.
Plano de Recuperação e Resiliência prevê 243 milhões de euros para a área da Cultura
Recorde-se que o PRR prevê para a cultura um montante global de 243 milhões de euros, dos quais 150 milhões são destinados «à valorização, salvaguarda e dinamização do Património Cultural» e 93 milhões à «Transição Digital das Redes Culturais». Neste caso, além da aquisição de equipamento de projeção digital para 155 cineteatros e centros públicos de arte contemporânea, está prevista a instalação do Arquivo Nacional do Som, a modernização tecnológica dos laboratórios de conservação e restauro do Estado, incluindo o Arquivo Nacional da Imagem em Movimento, da Cinemateca Portuguesa.
A compra de novos equipamentos informáticos e sistemas de informação, para 239 bibliotecas públicas, a constituição de bibliotecas itinerantes 'online', a digitalização de acervos, o apoio à tradução de obras literárias, à edição de 'audiobooks' e 'ebooks', à modernização e transição digital das livrarias e à criação da Plataforma de Empréstimo de Livros Eletrónicos são outras das medidas previstas do PRR.