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2023-05-29 às 17h31

Economia europeia deverá ser «socialmente mais justa» para ser competitiva

Fórum Social Porto
Primeiro-Ministro, Ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social e Secretário de Estado dos Assuntos Europeus no Fórum Social Porto, Porto, 27 maio 2023
Primeiro-Ministro disse que há ainda «muito a fazer» para melhorar participação das mulheres no mercado

 O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que a economia europeia não será competitiva se não for «socialmente mais justa» e tiver uma «política migratória equilibrada». Disse também que há «muito a fazer» para melhorar a participação das mulheres no mercado laboral.

Durante a sessão de abertura do Fórum Social do Porto, o Primeiro-Ministro acrescentou que a União Europeia (UE) também não será economicamente competitiva «se não desenvolver uma política migratória equilibrada e em diálogo com os países de origem e de trânsito».

No evento esteve também a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Segundo António Costa, a UE está a «construir os alicerces de uma política industrial europeia», ainda incompleta, «na ausência de um verdadeiro instrumento financeiro comum, permanente, dedicado à reindustrialização verde da Europa» e que, neste quadro, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais «ganha uma importância acrescida».

Qualificações

Sobre as «qualificações», o Primeiro-Ministro salientou que «a aceleração das transições digital e verde depende em grande medida da reconversão e do reforço das qualificações e dos trabalhadores europeus»:

«Sabemos que há profissões que vão desaparecer, que postos de trabalho se vão extinguir, mas sabemos também que esta dupla transição abre a porta a novas profissões. O que temos de garantir é que aqueles que perdem o seu posto de trabalho têm oportunidade de aceder a um novo», disse.

Além das competências, Costa afirmou que é necessário assegurar que as economias da UE «estão preparadas para lidar com as limitações do crescimento impostas por uma demografia desafiante».

«Hoje, numa Europa sem fronteiras e num mundo globalizado, as empresas terão de competir pelo talento como competem pelo valor e pelo custo dos bens que produzem ou dos serviços que prestam», acrescentou.

Mulheres

Segundo o Primeiro-Ministro, a atração desses talentos passa «por melhorar as condições de conciliação entre a vida profissional e familiar, por vínculos laborais estáveis e por condições salariais justas, incluindo a redução do ‘gender gap’ diferenças de remuneração entre homens e mulheres».

«Portugal tem tido resultados muito positivos, acima até da média europeia, tendo alcançado, no ano passado, uma taxa de emprego de 74,8%, face a uma taxa de 80% de participação dos homens», disse ainda.

Escassez de trabalhadores

António Costa salientou que, tanto nos Estados Unidos como na UE, se experiencia atualmente «uma escassez de trabalhadores» e referiu que, «um reforço do investimento em setores industriais de importância estratégica levará a uma procura acrescida da necessidade de recursos humanos».

«Não bastam auxílios de Estado, investimentos. Tudo será insuficiente para acelerar a transição industrial se não encontrarmos formas de ter mercados de trabalho mais atraentes, mais inclusivos, mais participados para os nossos cidadãos», afirmou.

Segundo o Primeiro-Ministro, «está é uma área em que a UE, com a sua economia social de mercado e com políticas sociais avançadas, poderá mesmo obter uma vantagem competitiva em relação aos Estados Unidos».

Reforçar o Pilar dos Direitos Sociais

A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, por sua vez, disse que «só existe prosperidade económica com uma forte dimensão social» e «coletivamente, temos de ter capacidade de responder às emergências, às crises, mas nunca abrandar no investimento social estrutural».

No final da conferência, foi assinada uma Carta Aberta por 37 líderes europeus, na qual são renovados os compromissos da Cimeira Social do Porto para 2030, prevendo a aceleração da meta para a garantia europeia para a infância, mas também nas dimensões das competências e das qualificações no mundo da dupla transição (digital e ambiental).

O Fórum Social do Porto é uma iniciativa bienal promovida pelo Governo português com o apoio da Comissão Europeia, em estreita cooperação com o Parlamento Europeu, e com a participação dos parceiros sociais e da sociedade civil, e marca o segundo aniversário da Cimeira Social do Porto.