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Histórico XXIII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2023-01-06 às 15h40

Cooperação, língua e cultura resilientes e com prioridades claras para 2023

Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, no discurso de abertura do Seminário Anual do Camões, Lisboa , 6 janeiro 2023
No discurso de abertura do Seminário Anual do Camões I.P., o Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, sublinhou o «enorme espírito de solidariedade e criatividade» com que o Instituto soube responder às muitas necessidades que foram surgindo, em 2021 e 2022, em várias partes do Mundo.

Elencou os desafios que obrigaram «a grandes adaptações» na atividade do Instituto, de entre os quais a pandemia de Covid-19, a «crescente insegurança alimentar», as alterações climáticas, e a «eclosão da violência» no norte de Moçambique, mas enfatizou também a capacidade de Portugal, através do Instituto, para reagir e se adaptar.

Mereceu particular destaque o significativo volume de recursos que, na última parte do ano, excederam os 21 milhões de euros «para fazer face aos apelos de países irmãos, como Cabo Verde, a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe», a braços com múltiplas crises.

Uma base sólida para a Cooperação Portuguesa em 2023

Com um olhar em 2023, o Ministro exprimiu a sua vontade de que o novo ano possa permitir ao Camões I.P.  «alcançar o tão desejado equilíbrio entre reatividade e proatividade, entre o imprevisto e o estrutural, entre a volatilidade e a previsibilidade».

Sem deixar de mencionar o reconhecimento do valor acrescentado de Portugal pelos parceiros nacionais e internacionais, frisou a importância de, para além de se capitalizar os sucessos dos últimos anos, aproveitar a nova e robusta Estratégia da Cooperação Portuguesa até 2030 para alcançar desígnios estratégicos.

Gomes Cravinho disse que «o pilar indispensável da ação externa do Estado» que o Instituto executa deve ser aprofundado tanto no «plano bilateral» em vários espaços geográficos como no quadro da cooperação delegada (com a União Europeia) e da cooperação triangular com parceiros interessados como é o caso dos Estados Unidos, o Japão ou os Emirados Árabes Unidos.

Alargamento da rede de ensino, língua e cultura

No âmbito da internacionalização da língua portuguesa, o Ministro sublinhou a ambição de alargamento da rede de ensino no estrangeiro, no ensino básico, secundário e superior; neste plano, sublinhou a necessidade da implementação dos projetos incluídos no Plano de Recuperação e Resiliência, visando a transição digital do Ensino de Português no Estrangeiro. Igualmente assinalou a relevância do Instituto consolidar os programas de certificação da língua portuguesa e a oportunidade do reforço da participação nos projetos e atividades do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.

Na área da Ação Cultural Externa, considerou que em 2023 importa ampliar a cobertura geográfica dessa estratégia, procurando alargar o plano de ação a todos os países onde existe presença diplomática e consular e promover a diplomacia cultural multilateral, participando em fóruns e plataformas internacionais que abordem a dimensão cultural de temáticas da agenda internacional, nomeadamente nas áreas da sustentabilidade, dos oceanos e das alterações climáticas, isto é, em temas essenciais para a política externa de Portugal.