«Contarei com o João Galamba para prosseguir no exercício das suas funções»

O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que não aceitou o pedido de demissão apresentado pelo Ministro das Infraestruturas, João Galamba, por entender que o mesmo não ocultou qualquer informação à Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP.

«O pedido de demissão do Ministro trata-se de um gesto nobre, que eu respeito mas que, em consciência, não posso aceitar. Procurei informar-me detalhadamente sobre o ocorrido» e, «em minha consciência, tenho o entendimento» que o mesmo «não procurou, de forma alguma, ocultar qualquer informação. Pelo contrário: o facto que determinou a sua decisão de demitir um colaborador foi precisamente a suspeita» de que este «estava a ocultar informação que era solicitada», declarou António Costa.

O Primeiro-Ministro falava à comunicação social, na Residência Oficial, em Lisboa, onde classificou também de «deplorável incidente» o que aconteceu nas instalações do Ministério das Infraestruturas, envolvendo um adjunto entretanto exonerado.

«O comportamento do colaborador, após a sua exoneração, deverá ser investigado pelas autoridades competentes; não me cabe a mim pronunciar sobre ele. Denunciar às autoridades o roubo de um computador, com informação classificada, é aquilo que se exige a qualquer servidor do Estado», acrescentou.

António Costa apresentou também um pedido de desculpas às portuguesas e aos portugueses porque, apesar de se ter tratado de «um incidente de natureza excecional», feriu o Governo na sua missão de «contribuir para o prestígio e credibilidade das instituições».

«Por isso contarei com o Dr. João Galamba para prosseguir no exercício das suas funções» e o tempo permitirá revelá-lo «um excelente Ministro das Infraestruturas. Se assim não for, a responsabilidade naturalmente é minha», concluiu.