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Uma "grande oportunidade" para o Alto Alentejo, com a mesma importância para a região que o projeto de Alqueva teve para os distritos de Évora e Beja. A construção da Barragem do Pisão deu este sábado (13 de janeiro) um novo passo, com a cerimónia de assinatura do novo contrato de financiamento do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato.
Na cerimónia, o primeiro-ministro, António Costa, sublinhou que este é um projeto de décadas que avança agora. "Eu não escondo que dos cerca de 160 mil projetos que estão previstos no Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] nenhum deu mais dores de cabeça, nenhum exigiu maiores discussões, nenhum exigiu maiores esforços de compromisso, nenhum exigiu maior ginástica do que a Barragem do Pisão", referiu o líder do Executivo, lembrando que o primeiro estudo sobre a barragem data já de 1957. "Há quem perante os desafios desista, há quem perante os problema diga que ‘o melhor é pôr-me ao lado’ e depois há quem gosta de resolver problemas e de enfrentar desafios", acrescentou António Costa, sublinhando que esta nova infraestrutura é uma "grande oportunidade" para a região, à semelhança do que aconteceu com o Alqueva no Baixo Alentejo.
"Também levaram décadas a discutir se se fazia Alqueva, não se fazia Alqueva, Alqueva vai ter um impacto terrível no ambiente, vão ter dificuldades porque para realizar o Alqueva vai ser necessário deslocar populações, realojar populações. Foram décadas de desperdício de oportunidades e de riqueza que teriam feito do Alentejo, no seu conjunto, uma região muito mais desenvolvida se mais cedo tivesse sido feito a Barragem do Alqueva", recordou o primeiro-ministro.
Com a atualização da reprogramação do PRR, o projeto de construção da EAHFM do Crato, também conhecido como barragem do Pisão, conta com um reforço superior a 20 milhões de euros. A nova infraestrutura passa, assim, a ter uma dotação de 141,2 milhões de euros, inscrita no PRR, bem como um reforço de 10 milhões com origem do Orçamento do Estado, num investimento total superior a 200 milhões de euros.
Além da barragem, o projeto - gerido pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) - inclui a construção de uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts, assim como uma central mini-hídrica e canais da estrutura de regadio para a agricultura e sistema de abastecimento público de água.
Reivindicação histórica da região, a barragem vai garantir o abastecimento de água às populações dos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sor e Sousel, num total de cerca de 55 mil pessoas, e permitirá regar cerca de 5500 hectares.
As obras de construção ficarão concluídas até ao final de 2026.
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