A Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, destacou o resultado de Portugal no estudo «Women’s participation in inventive activity: evidence from EPO data».
O relatório, produzido pela primeira vez pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP), conclui que Portugal tem a segunda maior percentagem de mulheres inventoras na Europa, 27%, mais do dobro da média europeia que se fixa nos 13,2%.
Para Elvira Fortunato «estes dados são muito relevantes da capacidade das mulheres portuguesas investigadoras, da sua criatividade associada a uma elevada resiliência e persistência».
O estudo analisou os pedidos de patentes submetidos entre 1978 e 2019 pelos países com assento no IEP, e conclui ainda que o Alentejo é a região europeia com a maior percentagem de mulheres inventoras (34,9%).
Outro dado com substancial impacto é a percentagem de mulheres inventoras integradas nas instituições de ensino superior e instituições públicas de investigação portuguesas: 36%, quase o dobro da média europeia de mulheres inventoras (19,4%).
No entanto, o número diminui no setor privado, no qual se registaram apenas 19,4% de pedidos de patentes submetidos por mulheres. Uma tendência que a Ministra pretende inverter através da promoção do fortalecimento das relações entre sistema científico e o ecossistema empresarial «que deve estimular uma melhor integração de doutorados em contextos não académicos e favorecer a translação de conhecimento para a sociedade».
Elvira Fortunato ambiciona que até 2027, «as bolsas de doutoramento em ambiente não académico passem a representar pelo menos 50% do total de novas bolsas atribuídas».
Apesar dos resultados positivos, a Europa carece ainda de promover a igualdade de género no que diz respeito ao desenvolvimento de inovação, tendo em conta que tendem a existir menos mulheres em cargos de chefia nas equipas de inventores.
Para o presidente do Instituto Europeu de Patentes, António Campinos, «a promoção da mulher na ciência e na inovação continua a ser um grande desafio para a Europa e, no entanto, este é um fator chave na sua sustentabilidade e competitividade futuras».