Intervenção do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação na reunião anual das cátedras do instituto Camões

Ou seja, parece não restarem dúvidas de que falamos de uma língua que tem uma forte componente geopolítica, expressa na manifestação de vontades assumida aquando da criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa ou a de um Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que tem por missão promover e difundir o idioma desta nossa «comunidade».

Somos uma comunidade de países soberanos, sim, mas uma comunidade que, por isso mesmo, congrega a vontade política de vários centros de decisão em torno de um conjunto de valores partilhados, assentes, desde logo, na língua que a todos é comum, assim conferindo valor político e abrangência global à lusofonia.

A isso acresce que a natureza político-diplomática da língua portuguesa encontra ainda expressão em mais de 3 dezenas de Organizações Internacionais onde já é língua oficial ou de trabalho, desde logo na Organização dos Estados Ibero-americanos, onde o Brasil e Portugal desempenham um papel crucial para a sua afirmação na geopolítica do Atlântico. E não podemos nunca esquecer esse objetivo comum a todos que é tornar a língua portuguesa língua de trabalho nas Nações Unidas,

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