Intervenção do Secretário de Estado dos Assuntos Europeus no debate do Relatório de Portugal na União Europeia de 2022 na Assembleia da República

Um outro desígnio que caracterizou o ano de 2022 e que será absolutamente central durante a Presidência Espanhola prende-se com a autonomia estratégica. A pandemia, primeiro, e a guerra, depois, tornaram evidente a necessidade de fortalecer a União Europeia e diminuir as suas vulnerabilidades face ao exterior. A Declaração de Versalhes, adotada em março de 2022, consagrou o desígnio comum de construir um modelo económico aberto, mas sólido e seguro, reduzindo as nossas dependências estratégicas nos setores mais sensíveis, como as matérias-primas críticas, semicondutores, medicamentos ou fertilizantes. Não numa lógica de autossuficiência ou de isolacionismo, mas de reforço da capacidade produtiva e da competitividade europeia. E sempre em articulação com os nossos parceiros internacionais. Até porque a guerra demonstrou como a União precisa de aliados, de participar ativamente num teatro mundial que promova o desenvolvimento sustentável, proteja os direitos humanos e atue globalmente nos desafios humanitários, sociais e climáticos.