A
Estratégia Nacional para os Semicondutores foi ontem aprovada em Conselho de
Ministros, estabelecendo objetivos e eixos estratégicos que promovem o crescimento do
setor em Portugal, mobilizando e maximizando a participação portuguesa no programa
europeu "EU Chips Act", potenciando assim
novas oportunidades de cooperação
institucional, industrial e de investigação, e contribuindo para o
desenvolvimento de
tecnologias inovadoras e competitivas no mercado internacional.
Os semicondutores são a base material dos circuitos integrados ("chips"), elementos
essenciais para a construção de produtos digitais utilizados em atividades quotidianas como
o trabalho, a educação e o entretenimento, para aplicações críticas em automóveis,
comboios, aeronaves e satélites, cuidados de saúde e automação, bem como para o
funcionamento de infraestruturas essenciais de energia, mobilidade, dados e comunicações.
São também elementos cruciais para as tecnologias emergentes, como a inteligência
artificial, realidade aumentada e virtual, comunicações móveis 5G/6G, bem como a Internet
das Coisas.
Com a procura global por chips a acelerar, prevendo-se uma duplicação até ao final da década
e o ultrapassar da cota de mercado deste setor para um trilião de dólares, os semicondutores
estão no centro de interesses geoestratégicos e da corrida tecnológica mundial. As principais
economias empenham-se assim em garantir o desenvolvimento e fornecimento de chips
avançados, reconhecendo que isso condiciona a sua capacidade de atuação nos setores
económico, industrial, militar e na transformação digital.
Baseado no panorama nacional de investigação e desenvolvimento na área dos
semicondutores, bem como nas valências empresariais, industriais e produtivas presentes
em Portugal, a Estratégia Nacional para os Semicondutores tem como objetivos a
capacitação de Portugal no setor da microeletrónica e semicondutores, garantindo uma
contribuição para a resiliência conjunta da União Europeia e uma maior autonomia
estratégica, o envolvimento e promoção da indústria no processo de desenvolvimento
estratégico, assim como a potenciação do sistema científico e tecnológico nacional,
estabelecendo linhas estratégicas de ação em áreas inovadoras.
A Estratégia define ainda três eixos de ação, nomeadamente, o reforço da formação
especializada e competências específicas na área da microeletrónica e semicondutores, a
expansão do ecossistema nacional de desenho de chips e encapsulamento avançado, e o
aumento da transferência tecnológica, em áreas emergentes, promovendo uma abordagem
"do laboratório para a fábrica".