Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior lamenta morte do historiador José Mattoso

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior lamenta profundamente a morte do historiador José Mattoso. 

Licenciado em História na Universidade Católica de Lovaina e Doutorado em História Medieval, José Mattoso deixa obras de referência acerca da História de Portugal. Considerado um dos grandes medievalistas portugueses, José Mattoso, após duas décadas de vida monástica enquanto monge benedito, dedicou o resto da sua vida ao estudo da história das ordens religiosas e da aristocracia dos séculos X a XIII. Deve-se a José Mattoso a compreensão profunda e multifacetada do religioso na historiografia portuguesa.

A José Mattoso ficamos também a dever obras incontornáveis para a historiografia portuguesa e para a reflexão sobre o país e a sua identidade tais como «Identificação de um País» (1985) ou a coordenação da  «História de Portugal». Em ambos os casos, José Mattoso deu-nos a sua visão original, profunda e serena, mudando irreversivelmente o modo como olhamos para a história do país e como nos (re)conhecemos como país.

A sua vida foi também um serviço permanente a múltiplas instituições. Dirigiu o Instituto Português de Arquivos e a Torre do Tombo, integrou, enquanto investigador, o Centro de Estudos Históricos do Instituto de Alta Cultura, foi professor auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e professor catedrático na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, da qual foi Vice-Reitor. 

Presidiu ao Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e foi galardoado com diversos prémios, entre eles o primeiro Prémio Pessoa, em 1987, e ainda o Prémio Alfredo Pimenta e o Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior presta sentida homenagem a uma figura maior da academia portuguesa e perene admiração por uma vida marcada por um compromisso ético inabalável com o pensamento e a cidadania.