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2021-11-30 às 17h13

«Quanto mais investirmos nas renováveis mais barata será a energia»

Lançamento da central fotovoltaica de Santas, Monforte
Primeiro-Ministro António Costa e Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes na apresentação da central solar de Santas, Monforte, 30 npvembro 2021 (foto: Nuno Veiga/Lusa)
«Quanto mais investirmos nas renováveis mais barata será a energia que as famílias e as empresas irão pagar», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa na apresentação do projeto da central solar de Santas, em Monforte.

António Costa referiu que «o leilão de 2019, em que foi atribuída a licença para a central de Santas, fixou um recorde mundial do preço mais baixo, mas o leilão de 2020 bateu esse recorde. Não poderemos bater sempre recordes de preço mais baixo, mas temos a demonstração de como investir em energias renováveis significa criar melhores condições de vida para as famílias e maior competitividade para a economia».

O Primeiro-Ministro sublinhou a importância económica da transição energética, lembrando que Portugal «tem um desequilíbrio na sua balança comercial, em grande medida pela energia que tem de importar».

Valorizar o sol

A transição energética permite a Portugal «reforçar a sua autonomia energética, o que significa reequilibrar a balança comercial por deixar de importar e por ter cada vez mais capacidade para exportar energia que não consome».

Com esta transformação, «Portugal consegue valorizar recursos disponíveis em todo o território», disse, referindo que «Monforte tem enorme capacidade agrícola e potencial turístico», mas «também um recurso que nunca teve a devida valorização económica, que é o sol».

«Sem retirar nada do que tínhamos, passamos a dar valor económico a um recurso endógeno que não estávamos a aproveitar» e sobretudo as zonas do interior, mais despovoadas e menos desenvolvidas economicamente, ganham uma nova oportunidade, «não é só durante o tempo de construção, mas para o futuro», disse.

Inflação mais baixa

Por outro lado, «para vencer o desafio das alterações climáticas, o mundo e a Europa, vão aumentar a taxa de carbono, o que significa que os combustíveis fósseis vão ser cada vez mais caros. O diferencial que existe na inflação entre países que dependem mais e que dependem menos da energia fóssil deve-se, em grande medida ao investimento feito em energias renováveis», afirmou.

António Costa sublinhou que «recentemente a Entidade Reguladora do Setor Energético anunciou o preço da energia para o próximo ano, e, no mercado regulado da eletricidade, as famílias terão uma redução de 3,4% do preço, num contexto em que há aumento dos custos da energia, e a tarifa de ligação à rede da indústria terá uma redução de 97%, uma redução muito significativa dos custos energéticos das empresas portuguesas».

Novas oportunidades

Por outro lado ainda, «a redução do custo da produção de energia solar abriu um conjunto de novas oportunidades em que até agora não podíamos pensar: como temos uma vasta costa e um largo oceano, com este custo de energia solar, tornamo-nos altamente competitivos para fazer a hidrólise que permite produzir hidrogénio verde, que alimente a nossa indústria, os transportes públicos pesados e para exportação». 

Abre ainda a possibilidade, para regiões que enfrentam a ameaça da seca, de «podermos estudar a dessalinização, que antes teria um custo incomportável».

O Primeiro-Ministro referiu que «hoje testemunhámos o momento em que Portugal deixou de produzir eletricidade a partir de carvão e o arranque de mais um projeto de produção de eletricidade por energia solar».

«A transformação da produção de energia elétrica é fundamental por que, se queremos reduzir as emissões de CO2, temos de centrar a produção de energia elétrica em energias limpas e seguras», disse ainda.

Na cerimónia estiveram ainda presentes o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, e o Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba.