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2020-07-21 às 11h56

Primeiro-Ministro apela à discussão pública da Visão Estratégica para a recuperação

Primeiro-Ministro António Costa intervém por video na apresentação da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, Lisboa, 21 julho 2020 (foto: João Bica)
O Primeiro-Ministro António Costa apelou à participação de todos na discussão da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, numa intervenção por vídeo na sessão que apresentou este documento, que está em discussão pública até 21 de agosto.

António Costa disse esperar que «a discussão pública ajude a enriquecer o debate, traga novas ideias e permita focar-mo-nos bem nas oportunidades que o País não pode perder», no vídeo gravado e Bruxelas, que foi transmitido na sessão realizada em Lisboa.

O Primeiro-Ministro acrescentou que esta discussão deve fazer-se tendo em vista «uma resposta de efeito imediato, mas simultaneamente, a capacidade de projetar a nossa ambição de transformação estratégica do País».

No final do Conselho Europeu, António Costa disse que o programa de recuperação e o orçamento da União Europeia, aprovados hoje, são «uma oportunidade que o País não pode desperdiçar», e os 45 mil milhões de euros de fundos serão executados «por mais de duas legislaturas, por Governos diferentes, pelo que é essencial que possa ser ancorada numa visão comum que assegure a continuidade dos projetos que são lançados».

Fio condutor para 10 anos

A visão estratégica comum deve ser o fio condutor entre o conjunto de programas de curto, médio e longo prazo que o País vai ter de pensar e elaborar «ao longo dos próximos meses», disse.

«Para o desenho dessa visão estratégica comum, que possa servir de elo de ligação entre os diferentes instrumentos de política», o Primeiro-Ministro convidou António Costa e Silva para fazer um trabalho de mobilização do conhecimento da sociedade, «para nos apresentar uma visão estratégica para a recuperação económica do País».

António Costa referiu que a «crise económica e social profunda» gerada pela pandemia de Covid-19 exige «uma reconstrução que tenha efeitos económicos e sociais imediatos».

Mas que esteja também «ancorada na nossa grande ambição de fundo, de acelerar a ação climática, a transição digital, a autonomia estratégica» das economias europeias «através de reindustrialização, da reconversão industrial, do aproveitamento dos nossos recursos e também, de ultrapassar muitas das assimetrias nas nossas sociedades e países» da União Europeia, disse.

Investir «nas fundações do País que queremos ser no final da década»

O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, referindo-se ao resultado do Conselho Europeu, afirmou que «o fundo de recuperação não deve ser apenas um estímulo económico imediato», mas que deve investir, também «nas fundações do País que queremos ser no final da década».

Ou seja, que «acentue a aposta na dupla transição digital e na descarbonização da nossa economia e da nossa sociedade; que reforce a nossa autonomia estratégica e a industrialização do País»; e que invista «na correção das desigualdades e no combate ao envelhecimento demográfico». 

Sobre o documento agora apresentado, o Ministro disse que a sua elaboração «foi um exercício livre e não condicionado» e que convoca todos «a pensar nos constrangimentos que o nosso País vive e nos caminhos possíveis» e também «a consolidar ideias e a acelerar tendências ou a descartar opções».

Pedro Siza Vieira agradeceu ainda, tal como o tinha feito António Costa, a generosidade a disponibilidade do professor António Costa e Silva para o trabalho de elaboração da Visão Estratégica.