O contributo de Portugal para o pacote europeu de apoio militar às forças armadas ucranianas será «entre 8 e 10 milhões de euros», mas só daqui a algumas semanas haverá um número exato, disse o Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, numa declaração à agência Lusa após a reunião por videoconferência que dos Ministros da Defesa da União Europeia.
Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia aprovaram um
pacote de auxílio militar de 500 milhões de euros (450 milhões em armamento e 50 em equipamento) para apoiar a Ucrânia.
Para além do apoio no quadro do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, Portugal vai enviar também equipamento militar para a Ucrânia, a pedido das autoridades deste país.
Esse material será «de natureza letal e não letal, de proteção, mas também material ofensivo como granadas, espingardas G3, munições», e «outro tipo de material importante para as forças armadas, como material de comunicação e óculos de visão noturna», disse.
João Gomes Cravinho disse ter existido nesta reunião «uma grande convergência», bem como «um reconhecimento generalizado de que essa convergência é fundamental como um trunfo» da posição da União Europeia. Destacou ainda o consenso de que o documento europeu de Defesa denominado Bússola Estratégica, que «está para ser aprovado em março», deve ter «os ajustamentos necessários para refletir a nova realidade geopolítica».
O Ministro disse que o diálogo entre a UE e a NATO «tem sido muito intenso» e que ambas as organizações «estão a ter um papel fundamental e complementar na resposta à Rússia. Nenhuma delas poderia sozinha traduzir o impacto e o peso da resposta europeia e ocidental sem a outra: a UE com toda a força das sanções e a NATO com as garantias militares que oferece», referiu.
Acerca da companhia de infantaria portuguesa que vai ser enviada para a Roménia no âmbito do reforço da presença da NATO nos países de Leste, na sequência da invasão russa da Ucrânia, Gomes Cravinho disse que «partem hoje para a Roménia vários militares que vão trabalhar com as autoridades militares romenas na preparação da receção do lado de lá».
«Está em curso o trabalho necessário do nosso lado aqui em Portugal para preparar a projeção» desta força de 174 militares, uma fase que «demorará ainda algumas semanas», acrescentou.