Saltar para conteúdo
Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2021-12-10 às 17h01

Governo homenageia diplomatas portugueses que salvaram vidas da perseguição nazi

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na inauguração do espaço de homenagem aos diplomatas salvadores no Palácio das Necessidades, Lisboa, 13 dezembro 2021
Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido, Alberto de Lis-Teixeira Branquinho e todos os diplomatas portugueses que salvaram vidas do Holocausto têm um espaço em sua homenagem no Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Nos claustros do palácio foi colocada uma oliveira, símbolo de paz, e uma placa evocativa dos «diplomatas e outros funcionários das Embaixadas e Consulados portugueses que contribuíram para a proteção e salvamento de milhares de pessoas, nomeadamente de judeus, perseguidas pelo regime nazi e o seus aliados» e que, pode ler-se, «merecem, por isso, ser sempre lembrados».

A iniciativa, no âmbito do Projeto Nunca Esquecer – Programa Nacional em torno da Memória do Holocausto, foi presidida pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que durante a sessão de homenagem aos diplomatas sublinhou a «reparação» devida a Aristides de Sousa Mendes (1885-1954), Cônsul em Bordéus em 1940 e o diplomata português que mais vidas salvou da perseguição nazi.

«De certo modo, só hoje, verdadeiramente, o Palácio das Necessidades, casa dos diplomatas portugueses, acolhe Aristides de Sousa Mendes", afirmou o Ministro, lembrando a expulsão de que foi alvo Sousa Mendes na sequência dos seus atos, contrários às ordens recebidas do regime de então, e o "longo caminho de reparação que se iniciou aqui em maio de 1976, quando o ministro Melo Antunes pediu urgência na reavaliação do seu processo profissional», o que só ocorreria em 1988, quando foi reintegrado na carreira diplomática com a categoria de embaixador.

Respeito pelos direitos humanos deve refletir-se nos serviços públicos

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, durante a sessão de homenagem aos diplomatas que salvaram pessoas perseguidas pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que o respeito pelos direitos humanos começa nas escolas, mas também na forma como os serviços públicos lidam com os que são «oriundos dos grupos socialmente periféricos».

«O reconhecimento dos direitos começa também aí, no respeito pelos direitos concretos de tal ou tal pessoa concreta quando ela vai tratar dos papéis de identidade, ou da matrícula dos filhos, ou do abono de família, ou da renda da casa, ou de um pleito judicial», afirmou.