O Primeiro-Ministro António Costa reuniu-se com os Presidentes de França, Emmanuel Macron, e de Chipre, Nicos Anastasiades, os Presidentes do Conselho de Ministros italiano, Giuseppe Conte, e do Governo espanhol, Pedro Sanchez, e os Primeiros-Ministros grego, Kyriakos Mitsotakis, e maltês, Robert Abela, em Ajaccio, na região francesa da Córsega.
Na sua declaração, o Primeiro-Ministro afirmou que a cooperação entre os países da Europa do Sul é fundamental para pôr em marcha o programa aprovado no
Conselho Europeu de 17-21 de julho.
«O último Conselho Europeu antes das férias a Europa teve um momento histórico ao afirmar a capacidade de a Europa responder unida à crise sanitária do Covid-19, mas também de se unir num programa ambicioso de reconstrução e resiliência, tendo em vista acelerar a transição digital e energética do ponto de vista da ação climática», disse.
A cooperação entre os países do Sul «é fundamental para pôr em marcha este programa, para reforçarmos as sinergias, e em conjunto podermos, designadamente no domínio da energia, contribuir para que a Europa acelere o seu processo de transição energética», disse, acrescentando que «esta é uma agenda que devemos desenvolver em conjunto, para ajudar o conjunto da União Europeia».
Solidariedade com Grécia e Chipre
O Primeiro-Ministro referiu que «se queremos recuperar economicamente e reforçar a nossa resiliência, combater o desemprego, apoiar o rendimento das famílias, e apoiar as nossas empresas, é também fundamental que o ambiente internacional seja favorável à recuperação».
A crise gerada pela pandemia «é uma crise global, e a multiplicação de crises geopolíticas não favorecerá a recuperação económica global. É, por isso, essencial apostar no diálogo e na criação de condições para que a economia global possa recuperar», sublinhou.
Por isto, «é muito importante que estejamos aqui todos a expressar a nossa solidariedade incondicional à Grécia e a Chipre» nos seus diferendos com a Turquia, tal como é «da maior importância apoiar as iniciativas que o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, têm em mãos, de forma a podermos chegar ao Conselho Europeu de 24 e 25 de setembro em condições para tomarmos as decisões» adequadas, «para que, como disse o Primeiro-Ministro grego, a solidariedade não seja apenas uma palavra».
Europa, fator de equilíbrio
António Costa afirmou que o mundo precisa «de uma Europa que seja um fator de equilíbrio à escala global», o que implica «uma agenda comum que permita rebalancear as políticas de vizinhança, e, sem desvalorizar a importância da fronteira oriental, também não desvalorize, mas, pelo contrário, coloque no primeiro plano, os nossos vizinhos do sul» do Mediterrâneo.
«Precisamos de uma agenda positiva a desenvolver com estes países, no domínio do conhecimento, da energia, e das migrações», disse, acrescentando que «as migrações têm uma dimensão interna à União Europeia, que se expressa em solidariedade, e uma dimensão externa que tem de se apoiar numa política de promoção dos direitos humanos, da paz, do desenvolvimento e da prosperidade partilhada, que é a forma inteligente de regularmos de forma eficaz as migrações».
O Primeiro-Ministro concluiu afirmando que «a Europa é feita de várias regiões e este conjunto de países da Europa do Sul contribui muito importante para o conjunto da União Europeia. Estes países não se juntam para dividir, juntam-se para dar mais força à União».