A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) «não deixa nem os autarcas nem o Interior de fora» e que o Governo conta com os autarcas e os territórios «na linha da frente» da execução deste plano.
A Ministra afirmou à imprensa que «não podemos olhar para o PRR como se fosse a última oportunidade. Ele tem um contexto muito especial e tem regras muito especiais, mas garanto que não deixa nem os autarcas nem o Interior de fora». Sobre as reivindicações de mais infraestruturas para os territórios do Interior, Ana Abrunhosa disse ainda que «não são as estradas, não é o betão que faz o desenvolvimento. As estradas, o betão, são um meio» e não um fim.
O PRR «será tanto mais do Interior quanto mais os atores, os autarcas, as empresas, as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e as Administrações Regionais de Saúde», entre muitas outras entidades, «souberem mobilizar projetos para executar», disse ainda a Ministra, que acrescentou que «a discussão séria do PRR faz-se pensando o território de forma integrada e colocando as pessoas no centro das preocupações».
Investimento na proximidade
Acerca da entrega das unidades móveis de saúde, Ana Abrunhosa salientou que «não é possível ter um hospital ou um centro de saúde em cada bairro, em cada aldeia, em cada freguesia. Mas também sabemos como estes serviços são indispensáveis para a população».
Há, por isso, que promover a coesão «aproximando os serviços do Estado» dos cidadãos e até levando estes serviços à porta de casa das pessoas, como vai acontecer em alguns territórios das Beiras e Serra da Estrela.
Este acompanhamento mais próximo dos utentes vai facilitar uma «atuação precoce e mais atempada, reduzindo intervenções de urgência». Ao mesmo tempo, presta cuidados de «vigilância, acompanhamento e prevenção» que garantem uma melhor rede de cuidados de saúde «primários ou paliativos» e um «olhar mais atento» para a saúde mental.
Inauguração de empresas
Na deslocação às Beiras e Serra da Estrela, a Ministra inaugurou ainda dois novos projetos de investimento empresarial no concelho de Gouveia. A opção destes empresários pelos territórios do Interior revela, segundo Ana Abrunhosa, «um olhar realista, mas também visionário, que revela oportunidades onde outros não conseguem ver além dos desafios».
A Papelmark e a Textura Wines ajudam, segundo a Ministra, a mostrar um Interior «resiliente, com capacidade» para contratar e prosperar e com argumentos para «atrair novas empresas, pessoas e famílias».
Também para empresas como estas estão previstos investimentos no PRR, destacou Ana Abrunhosa, salientando apoios à qualificação de trabalhadores, à transição verde e digital dos negócios e a infraestruturas que vão garantir melhores acessos e um impulso à competitividade.
«As empresas são um pilar fundamental da coesão dos nossos territórios. Felizmente, não faltarão oportunidades» nem fundos da União Europeia para estes investimentos.