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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2020-04-02 às 11h41

«Ainda é cedo para antever a luz ao fundo do túnel»

Primeiro-Ministro António Costa no debate sobre o pedido de autorização de renovação do estado de emergência, Assembleia da República, 2 abril 2020 (Foto: André Kosters/Lusa)
«Sabemos que depois do túnel haverá luz, mas ainda é cedo para antever a luz ao fundo do túnel», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa no debate sobre o pedido de autorização de renovação do estado de emergência, na Assembleia da República, ao qual o Governo deu parecer favorável.

O Primeiro-Ministro acrescentou que este «é, por isso, o momento de prosseguir, com determinação e disciplina, o que os portugueses iniciaram, reforçámos com o estado de emergência, e a que os portugueses têm dado continuidade».

António Costa referiu que há «um mês foi diagnosticado o primeiro caso de Covid-19, e desde então, todos conhecemos a evolução da doença e sabemos que ela vai continuar a evoluir nas próximas semanas, alargando o número de pessoa infetadas, de pessoas mais tempo doentes e, infelizmente, de pessoas que irão falecer».

«Imprescindível»

«Por isto, se há 15 dias era necessário decretar o estado de emergência, hoje é imprescindível renová-lo», sublinhou, acrescentando que «não renovar hoje o estado de emergência seria dar a mensagem errada», «porque seria dar a entender que o que há 15 dias era necessário deixou de ser, o que não é verdade», pois é ainda «mais necessário».

O Primeiro-Ministro disse que «os portugueses começaram, com notável disciplina, consciência, sentido cívico e responsabilidade, a autolimitar a sua circulação» antes do estado de emergência, que têm «acatado as limitações impostas» e que o ritmo de crescimento de casos novos está a desacelerar.

Todavia, «conforme o tempo passa, o risco aumenta»: o risco «da fadiga da autocontenção»; o risco criado pela «dor dos sacrifícios impostos às famílias e às empresas».

Páscoa é período de risco

O Primeiro-Ministro sublinhou que «todo o esforço feito até agora será comprometido se não for prosseguido», tanto mais que «vamos viver períodos de risco acrescido na próxima quinzena, como o período da Páscoa».

Esta Páscoa «vai ter de ser muito diferente do que é tradicionalmente: não podemos ir à terra, ir para a segunda habitação; temos de dizer aos nossos compatriotas que vivem no estrangeiro que não é esta a boa altura de nos visitarem; as famílias, e em particular as mais numerosas, têm de passar esta Páscoa mais apartadas».

Insistindo que «este vírus não anda por si, somos nós que o transportamos: se não nos deslocarmos não o transportamos, e se não os aproximarmos dos outros, não o transmitimos», sublinhou que «a verdadeira forma que temos de travar a pandemia é deslocarmo-nos o mínimo e aproximarmo-nos dos outros o estritamente necessário».

Ano letivo

António Costa disse também que, «na próxima semana, temos de decidir como vai prosseguir o ano letivo. No dia 7, voltaremos a ouvir os epidemiologistas que têm trabalhado com a Direção-Geral de Saúde sobre a avaliação do risco de abertura das escolas, seja na data normal de abertura do terceiro período, seja noutras; seja para todos os anos, seja faseadamente».

Ainda no dia 7, «o Ministro da Educação ouvirá o Conselho de Escolas e o Conselho Nacional de Educação», e, «no dia 8, procederei à audição dos partidos políticos representados na Assembleia da República, para que no dia 9 possamos dizer como vai continuar o ano letivo».

O Primeiro-Ministro sublinhou que o que o Governo vai «ter como orientação nesta decisão é o princípio que o tem guiado desde o princípio da crise: o máximo de contenção, o mínimo de perturbação».