«Estamos empenhados em ter mais residências universitárias, e vamos ter muitas novas ou renovadas no próximo ano», disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro na inauguração da 2.ª fase da Residência Universitária Ventura Terra, no campus da Ajuda, em Lisboa, que passa a ter mais 123 quartos, num investimento de 2,4 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
O Governo prevê concluir, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2025, a construção ou renovação de 62 residências para alojamento estudantil, no valor de 284 milhões de euros.
Luís Montenegro acrescentou que «estamos a acrescentar ao plano que vinha de trás novos projetos e a incrementar uma resposta de emergência que já está no terreno, com utilização de pousadas da juventude, de equipamentos do INATEL ou de espaços que as universidades podem contratualizar – alocámos uma verba para isso – enquanto as obras» das residências novas ou renovadas «não estão ainda prontas».
Investimento na prosperidade
O Primeiro-Ministro afirmou que este investimento no acesso ao ensino superior de estudantes de todas as classes sociais e de todas as regiões do País «é nossa obrigação para salvaguardar a democracia, para materializar a justiça social, e, sobretudo, para termos um país mais desenvolvido economicamente e para deixarmos aos que virão os alicerces de continuarem a caminhar com sucesso e sustentabilidade».
«O investimento na educação, no ensino superior, na ciência, em conjugação com a inovação e a aplicação na economia é o garante de prosperidade no futuro», e «estamos aqui para tratar de ter um país democrático, justo e próspero», disse.
Afirmando que «para garantirmos a democracia e a justiça social é importante que haja crescimento económico», pois os poderes públicos só terão «recursos para continuar a promover a igualdade de oportunidades», acrescentou que isto é acontecerá «se dermos, no sistema educativo, a possibilidade de os estudantes aprofundarem o conhecimento, investigarem, inovarem e transformarem isso em riqueza».
Luís Montenegro disse esperar que os estudantes «percebam que todos fizemos esforço para este investimento, que para fazermos este não fizemos outros, porque este é prioritário, e que vale a pena aproveitarem a possibilidade que têm».
Apelou ainda a «que não desistam de Portugal, que se qualifiquem, que façam do seu conhecimento o maior capital que a nossa sociedade tem e que o utilizem aqui», pois «nós faremos tudo para que isso aconteça».
«Acreditamos que vocês são os primeiros a querer ficar em Portugal, junto das vossas famílias e amigos, a utilizar o conhecimento que adquiriram com o vosso trabalho e a tirar a retribuição desse esforço – o que é justo e legítimo», disse ainda.
Investimento na democracia
O Primeiro-Ministro, que foi acompanhado pelo Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, afirmou que investir no alojamento universitário é «investir na democracia, na justiça social e no desenvolvimento económico».
Na democracia, porque é através de mais alojamento para os estudantes, da inversão das dificuldades insustentáveis que muitos estudantes sentem para cumprirem os seus projetos de aprendizagem, pelos quais lutaram com os esforços do seu estudo - é devido à frustração do acesso ao alojamento que se inviabiliza que uma pessoa deixe de fazer aquilo por que trabalhou e lutou.
«A democracia é o sistema político que garante igualdade de oportunidades para todos, que garante que os responsáveis políticos, em nome do povo, possam dar às pessoas os instrumentos para fazerem aquilo para que se sentem vocacionados e para que trabalham».
A democracia é materializada na «capacidade que o sistema de educação dá ao indivíduo para projetar-se socialmente ou ascender socialmente», pelo que «a educação é o centro da democracia», disse também.