Ana Paula Martins em encontro informal da União Europeia com sessões de trabalho sobre recursos humanos do sector da Saúde e acesso a medicamentos
Os recursos humanos na área da Saúde foi o tema de abertura dos trabalhos da reunião informal dos ministros da Saúde da União Europeia (UE), que decorreu esta terça e quarta-feira, em Bruxelas.
Portugal fez-se representar pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que integrou, pela primeira vez, o Conselho Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores da UE.
«É com grande prazer que me junto a vós, hoje, pela primeira vez. Espero poder contribuir com minha experiência e minha dedicação para o avanço de iniciativas na área da saúde. Podem contar, também, com o meu compromisso para promover uma mais estreita colaboração a nível nacional e europeu», disse a governante.
Os Estados-membros enfrentam uma crise de recursos humanos no sector da Saúde. A procura de cuidados clínicos tem vindo a aumentar devido a fatores como o envelhecimento da população e o aumento das doenças crónicas, levando à escassez de profissionais de saúde em todos os países da União.
Criar condições de empregabilidade mais flexíveis e motivadoras, apoiar e congregar o espírito ético e profissional de todos os que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e no sistema de saúde português são compromissos assumidos pelo XXIV Governo Constitucional, que pretende avançar com um Plano de Motivação dos Profissionais de Saúde – destinado a valorizar todos os profissionais envolvidos na prestação dos cuidados de Saúde, em particular no SNS.
Portugal partilha da prioridade da presidência belga da UE para o desenvolvimento de uma estratégia comunitária focada no planeamento, partilha de boas práticas e na formação dos profissionais de saúde.
A reunião do Conselho debruçou-se ainda sobre as questões relacionadas com a escassez de medicamentos na UE e necessidade de reforçar as cadeias de abastecimento, sobretudo para medicamentos críticos. Neste âmbito foi lançada a Aliança para os medicamentos Críticos com o objetivo de se estabelecerem medidas para acautelar a disponibilidade de fármacos essenciais, nomeadamente para doenças crónicas.
A Ministra da Saúde realçou a importância de uma estratégia coordenada nesta matéria para combater as vulnerabilidades existentes na Europa, prevenindo impactos negativos sobre o sistema de saúde e o acesso a medicamentos por parte dos doentes.
A Europa enfrenta, hoje em dia, uma forte dependência em termos de produção farmacêutica de países como a Índia e a China, identificando-se como prioritárias medidas estruturais que permitam desenvolver uma componente industrial enquanto objetivo da União Europeia da Saúde. A reunião abordou ainda a coordenação entre Estados-Membros para mecanismos de aquisição conjunta e constituição de reservas de medicamentos como forma de reforçar a capacidade de resposta dos sistemas de saúde.
A reunião dos Ministros concluiu-se com um debate em torno dos desafios da prevenção em saúde, em particular no âmbito do Plano Europeu de Luta contra o Cancro.