Portugal tem condições excecionais para explorar sustentadamente os recursos marinhos

Portugal tem «condições excecionais, com uma quantidade enorme de recursos naturais, grande capital humano, com pessoas qualificadas e pessoas que mesmo não sendo qualificadas são dinâmicas, com vontade de criar, de produzir, de inovar, de ir mais longe…», afirmou o Primeiro-Ministro Luís Montenegro em Peniche, na inauguração da empresa de transformação e comercialização de pescado Omnifish.

Luís Montenegro disse que esta empresa é um exemplo, pois junta a exploração e a preservação dos recursos naturais marinhos com a criação de condições para um meio ambiente mais sustentável, a comercialização, a investigação e a indústria, com o emprego que cria, e o contributo que dá para a economia.

Para haver riqueza, os poderes públicos, têm de perspetivar o futuro e prosseguir «políticas amigas das empresas e dos trabalhadores», pois «se estas pessoas forem trabalhar para outros países, perdemos oportunidades». O País tem de conseguir «reter o capital humano e, por via dele, transformar os nossos recursos e criar valor para que todos tenham uma vida melhor e oportunidades».

«Queremos uma País de gente ambiciosa, que tem pequenas empresas e quer que as empresas sejam médias amanhã, depois grandes e depois muito grandes, que queiram fazer uma exploração sustentável dos recursos naturais», disse ainda.

O Primeiro-Ministro visitou também o polo de investigação de Peniche do Instituto Politécnico de Leiria, onde foi apresentado o projeto do Parque de Ciência e Tecnologia, tendo destacado que ao fim de 10 anos de projeto e de vários mandatos autárquicos, com duas presidências na câmara, está a ser construída a incubadora de empresas Smart Ocean.

Esta incubadora, um investimento de 6,1 milhões de euros na economia do mar, dentro do porto de pesca de Peniche, está associada ao centro do IPL que se dedica à investigação em biologia marinha, biotecnologia marinha e aquacultura e recursos pesqueiros.

Na empresa de transformação de pescado, Luís Montenegro afirmou também que «a política fiscal é um instrumento de política económica», acrescentando que «precisamos de ser competitivos, estando um passo à frente dos outros ou dando condições às pessoas e às empresas para que sintam que aqui é o sítio próprio para estarem».

O plano do Governo é «que se pague menos impostos sobre o rendimento do trabalho e em particular do trabalho dos jovens, que se tribute menos o rendimento das empresas para que possam pagar melhores salários e ter meios para alavancar investimentos». E, apesar de saber que terá de fazer uma aproximação com os outros partidos do Parlamento, «o plano é este», pois não se pode «ficar a olhar para as receitas que já foram testadas e que trouxeram estagnação», disse ainda.

Na inauguração do pavilhão multiusos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peniche, Luís Montenegro disse que o Governo está «muito empenhado em assegurar o apoio às famílias dos bombeiros que perderam a vida», tendo «em marcha com muita rapidez os processos para termos uma compensação que nunca será a devida».

Por outro lado, «menos de um mês depois dos incêndios já estamos a pagar as compensações para que as pessoas possam levantar-se e projetar o futuro», afirmou o Primeiro-Ministro Luís Montenegro em Peniche, acrescentando que o Estado tem «em marcha, já no terreno, as ajudas à reconstrução da vida das pessoas que foram afetadas»: as que perderam a casa ou o trabalho, seja na agricultura, na floresta, nos serviços, na indústria.

Na sua intervenção nos Bombeiros, o Primeiro-Ministro referiu também a disponibilidade do Governo para acompanhar as autarquias na resolução dos problemas das pessoas, apontando a construção do Hospital do Oeste e o facto de a região de Leiria ser «uma das primeiras que vai experimentar as Unidades de Saúde Familiar modelo C». 

O Primeiro-Ministro foi acompanhado pelas Secretárias de Estado do Mar, Lídia Bulcão, e das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar.