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2025-02-03 às 21h49

Portugal propõe «um PRR para a área da defesa»

Primeiro-Ministro Luís Montenegro e Presidente do Conselho Europeu, António Costa, à entrada para a reunião informal de Chefes de Estado ou de Governo da UE sobre defesa, Bruxelas, 3 fevereiro 2025 (foto: Gonçalo Borges Dias/GPM)
A defesa «está hoje nas prioridades políticas de cada um de nós, de cada um dos Estados-membros e da Europa como um todo», disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro no final da reflexão informal dos líderes da União Europeia com o Secretário-Geral da NATO e o Primeiro-Ministro do Reino Unido, sobre defesa europeia, em Bruxelas.

«Temos uma guerra em território europeu», agressão da Rússia à Ucrânia, «temos a nossa defesa e segurança ameaçadas em vários domínios» na Europa, e em Portugal, «temos uma ameaça grande, porquanto passam no nosso território, na nossa zona marítima e na nossa zona exclusiva, vários dos cabos» de comunicações que ligam «a Europa com o continente americano e não só», para além da necessidade de «defesa das nossas infraestruturas coletivas», disse.

Luís Montenegro reiterou que para suportar estes avultados investimentos «o Governo português defende um PRR para a área da defesa», «um instrumento comum que pode passar eventualmente por dívida comum, que possa servir como o alicerce» para os investimentos, «porque senão, daqui a dois ou três anos, ainda estamos a discutir as mesmas coisas».

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) consistiu numa emissão de dívida pela União Europeia para a recuperação económica subsequente à pandemia de Covid-19. 

Os líderes europeus exprimiram também solidariedade com a Dinamarca, exigindo o respeito pela sua soberania sobre a Gronelândia. «Há um consenso sobre no que toca a exprimir a nossa solidariedade e o respeito pela integralidade dos territórios dos países soberanos que compõem a União Europeia», disse Luís Montenegro.

O retiro de líderes da União Europeia para discutir assuntos políticos é uma iniciativa do Presidente do Conselho Europeu, António Costa, para promover o diálogo informal sobre políticas que possa depois transformar-se em conclusões ou decisões nas cimeiras europeias regulares.

«Esta é uma reunião informal que não tem um conteúdo decisório, mas é muito importante» para, «em primeiro lugar, sermos rápidos e, em segundo lugar, termos os instrumentos para podermos ser rápidos e consequentes, nomeadamente do ponto de vista financeiro», disse o Primeiro-Ministro.