O Governo acredita no trabalho de mediação que está a fazer no conflito israelo-palestiniano, afirmou o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, no debate de atualidade na Assembleia da República agendado pelo Livre sobre reconhecimento do «Estado da Palestina».
O «trabalho de mediação que estamos a fazer, não é, se calhar, o caminho mais simples. O mais simples era um reconhecimento formal feito num momento, mas que, provavelmente, seria relativamente inconsequente», disse.
Pedro Duarte salientou que o Governo português está a tentar, através de todos os canais, «ser mais útil e mais eficaz do que através de um mero reconhecimento».
O Ministro reafirmou a posição assumida no Parlamento pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, de que Portugal «está a lutar pela solução do reconhecimento dos dois Estados».
«Quando nos perguntam por que razão Portugal ainda não concretizou esse reconhecimento formal, a resposta, não sendo simples, é clara: porque há dois caminhos para tentar contribuir para o fim deste ciclo de violência».
Um é «através do reconhecimento da Palestina, tal como já fizeram diversos Estados membros da ONU, sabendo nós infelizmente que esse reconhecimento não representa um cessar-fogo». Outro é «defendendo um debate alargado e equilibrado que permita preservar o consenso quanto à forma de avançar no sentido do reconhecimento da Palestina, investindo tudo numa ação diplomática exigente».
Esta ação «está a dar frutos», disse, realçando que a posição de Portugal «é apreciada pela própria Autoridade Palestiniana».
Pedro Duarte lembrou que o Governo, «que tomou a medida unilateral de não autorizar a exportação de armas para Israel, mantém as pontes com o Governo israelita e está apostado em trazer para a causa palestiniana os países da União Europeia que eram relutantes em relação ao direito à existência da Palestina».