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Notícias

2025-03-09 às 19h14

«Este é o projeto da água no desenvolvimento do País»

Apresentação da Estratégia Nacional de Gestão da Água - intervenção do Primeiro-Ministro
Primeiro-Ministro Luís Montenegro, Ministros do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, na apresentação da Estratégia Nacional de Gestão da Água «Água que Une», Coimbra, 9 março 2025
«Este é o projeto da água no desenvolvimento do País», disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro na apresentação da Estratégia Nacional para a Gestão da Água – «Água que Une», em Coimbra.

Luis Montenegro referiu em quase todos os concelhos do País a que se deslocou antes de ser Primeiro-Ministro foi confrontado com a questão da água que, aliás, não era nova, e «com a convicção que muitos partilham de que em Portugal não há um problema de falta de água, há um problema de falta de capacidade de gestão da água». 

O Primeiro-Ministro sublinhou que Portugal tem uma disponibilidade do recurso da qual só usa «10% para todas as utilizações, inclusive para a agricultura que usa 73% da água utilizada», ou seja, 7,3% da totalidade do recurso disponível. 

Para aproveitar mais água e a usar bem e sustentavelmente, a Estratégia aponta «um investimento que, até 2030, ronda os cinco mil milhões de euros», para a qual há instrumentos financeiros disponíveis «que queremos aproveitar» e é necessário ir «à procura de outros, para preencher a parte [de financiamento] que ainda não está assegurada». 

E é preciso também «que se comece a preparar o financiamento para a década 2030-2040, para que a estratégia tenha sequência», pois, «queremos que, para as próximas décadas, o País tenha capacidade para lutar contra os efeitos negativos das alterações climáticas».

Mas que também «possa aproveitar os seus recursos naturais exponenciando a sua capacidade produtiva na indústria, agricultura, turismo, de dar mais bem-estar às pessoas», através de uma melhor utilização e reutilização da água e de mais eficiência, que significa a diminuição das perdas e a melhor utilização do recurso.

Estratégia será também um fator de coesão territorial, «porque a água abunda em alguns sítios e falta noutros. E o objetivo desta estratégia é que todo o País tenha água suficiente, para que as oportunidades se espalhem por todo o território», disse., acrescentando que «estamos a falar de bem-estar, igualdade de oportunidades, justiça social, desenvolvimento económico, capacidade de criar riqueza» e de ser mais justo. 

«Se não executarmos esta estratégia, vamos deitar por terra outros objetivos», disse, referindo a «capacidade de retenção de talento», «parte significativa da competitividade da economia», através de maior produção energética, de alimentar várias cadeias produtivas – tanto na produção agrícola, pecuária, industrial como para a atração de turistas.

Luís Montenegro afirmou que há oportunidades económicas para os territórios que estão de pendentes de uma charca, de um açude, de uma ligação que viabiliza um perímetro de rega e que faz diferença naquele território, e a Estratégia «junta grandes e pequenos projetos e do norte ao sul». 

«Os investimentos serão feitos para que onde há cheias haja menos cheias e onde há seca haja menos seca», referiu.

A Estratégia deverá ser objeto de diálogo com a sociedade e com as outras forças políticas, para poder ser executada. «É um convite a projetar uma verdadeira transformação estratégica e estrutural em Portugal» neste setor.

Há investimentos e projetos que já estão no terreno, pois a Estratégia já incorpora decisões tomadas pelo Governo ou que já vinham de Governos anteriores, disse ainda, destacando a urgência de ir buscar a capacidade instalada na administração pública, nas autarquias locais, na universidade, no associativismo, naqueles que no dia-a-dia vivem esta realidade.