«Apesar de todas as adversidades de uma crise inédita, os serviços essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado revelou capacidade de resposta», afirmou o Primeiro-Ministro Luís Montenegro numa declaração no final do Conselho de Ministros que esteve reunido desde o final da manhã para tomar medidas para responder ao apagão elétrico que afetou o Continente a partir das 11h30.
Afirmando que se trata de uma situação que «foi e ainda é grave, inédita e inesperada», referiu que, de imediato, constituiu um gabinete de crise e reuniu o Conselho de Ministros, tendo acompanhado e continuando a acompanhar a situação em permanência.
«O Conselho de Ministros decretou a situação de crise energética, o que possibilitou que durante todo o dia fossem tomadas medidas de afetação prioritária de fornecimentos a serviços essenciais» para manter a sua operacionalidade, afirmou.
Ao longo do dia foi sendo avaliada e decidida a manutenção de fornecimento de energia de todos os serviços e entidades críticas, prioritárias e essenciais, nas áreas da saúde, órgãos de soberania, forças de segurança, telecomunicações, transportes, justiça, órgãos de comunicação social nacional, grande distribuição alimentar, entidades do sistema científico e tecnológico nacional e sistema de pagamentos eletrónicos.
«Instruímos os distribuidores de combustível para garantirem o fornecimento aos referidos serviços críticos e essenciais e, dessa forma, assegurar o funcionamento de todos os geradores para que estes serviços mantivessem a sua atividade», disse.
Luís Montenegro lembrou que foram rapidamente retirados os passageiros retidos nos metros de Lisboa e do Porto, que «foram dadas instruções para o transporte gratuito» na travessia do Tejo e que foram autorizados os voos noturnos.
«Demos também indicações às escolas do pré-escolar e do primeiro ciclo para que as crianças permanecessem nas suas instalações até às chegadas dos pais», referiu.
Quanto ao abastecimento elétrico, o Primeiro-Ministro disse que foi possível «antecipar horários» de reposição do serviço previstos pela REN e que apenas na Beira Baixa, no Alentejo e em Setúbal permanecem zonas sem luz. «No resto do território há já energia elétrica, mas é preciso calibrar a ligação com o consumidor final», avisou.
Luís Montenegro elogiou a «compreensão, serenidade e sentido cívico» dos portugueses e afirmou o «enorme apreço» pelo trabalho das forças de segurança e dos vários serviços do Estado que atuaram durante o apagão.
«Apelo a todos, em nome do Governo, que mantenham essa serenidade e o pleno respeito pela ordem e pelas orientações dadas pelas Forças de Segurança, até termos o restabelecimento integral de toda esta situação», disse.
O Primeiro-Ministro referiu ainda ter estado «em contacto permanente» com o Presidente da República, ter falado com o líder da oposição, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu e o Presidente do Governo espanhol, «agradecendo a colaboração e a partilha de informação».
«Não foi possível realizar a reunião que queríamos promover na Assembleia da República por não termos conseguido estabelecer contacto com as representações parlamentares», concluiu.