«Neste arranque de ano letivo queremos assinalar o restabelecimento da estabilidade» e o «aprofundamento do sentido de colaboração de pessoas e entidades que podem colidir nos seus objetivos», uma «cultura cívica e educativa possa espalhar-se por todos os desafios que o País enfrenta», que evite acrescentar instabilidade à que já existe no Mundo, disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro.
Luís Montenegro, que discursava na sessão solene de abertura do ano letivo de 2024-25, na Escola Alves Martins, em Viseu, acrescentou que «estabilidade e sentido de Estado é o que os alunos, os professores, os funcionários reclamam para a escola, e as portuguesas e os portugueses reclamam para o País».
O Primeiro-Ministro referiu também «a estabilidade e o sentido de interesse público, de Estado com que os vários intervenientes» do sistema educativo «têm interagido com o Governo» e que «têm sido determinantes para conquistas que tragam melhores resultados para o futuro».
O Governo não está «a olhar para trás», está «a olhar para a frente, para o futuro», no qual quer «uma escola tranquila, estável», pelo que investiu «grande parte do trabalho inicial na recuperação da confiança dos professores no seu próprio trabalho».
Dar valor aos professores
«A valorização do trabalho dos professores é fundamental porque temos de tirar proveito do seu potencial, de lhe retirar a carga burocrática que lhe tira tempo para o essencial da sua tarefa que é ensinar», sublinhou.
Simultaneamente, «precisamos de mais professores, porque há muitos alunos que estão a ter menos oportunidades porque não têm professor», disse, destacando o «esforço grande que o Ministro da Educação, Ciência e Inovação está a fazer para encontrar respostas de emergência», como o programa
Aprender + Agora, ontem aprovado no
Conselho de Ministros e o programa
+ Aulas, + Sucesso.
Luís Montenegro afirmou também a necessidade de recuperar as aprendizagens que «as vicissitudes globais e nacionais» fizeram com que «as aprendizagens tivessem ficado, em alguns casos, para trás», e de criar «uma escola inclusiva para os que têm dificuldades cognitivas e outras», e para «os que nos procuram para valorizar o nosso País, provenientes de países estrangeiros».
Aproveitamento
O Primeiro-Ministro disse que «há muitas dificuldades» e que «não são ultrapassáveis num mês, em meio ano, num ano, mas temos de fazer o que os alunos fazem»: «ir resolvendo desafio a desafio e ir progredindo», porque «queremos sair com aproveitamento no serviço à causa pública».
A Escola Alves Martins demonstra que é possível superar os obstáculos e dificuldades e encarar o futuro com esperança de que somos capazes de fazer melhor do que os outros e de fazer primeiro do que os outros», disse ainda.
Realizar o potencial
Tomando como exemplo a escola Alves Martins, Luís Montenegro apontou «o esforço acumulado» ao longo de 175 anos da sua existência e «a prova que hoje deixaram de transmissão e aquisição de conhecimento, de inclusão, de interação com a comunidade», resultando naquilo «que é mais importante no sistema de educação que é dar uma oportunidade a todos».
«A grande função da escola é que cada um possa tirar partido do seu potencial para ser na vida o que quer ser», e «isto é a essência de uma democracia e de uma sociedade justa e livre». A realização do potencial de cada um «significa que nós, enquanto sociedade, temos maior capacidade de criar riqueza» e, sendo mais ricos, «de dar mais oportunidades a todos a ajudar mais os que precisam mais de ajuda para terem as mesmas oportunidades».
Luís Montenegro sublinhou que «esta é uma responsabilidade do Estado e por isto a escola pública é o centro da garantia de que esta oportunidade existe», «é o centro do sistema, mas não é o exclusivo», pelo que se reconhece que, «ao lado a escola pública, há complementos que a estimulam e também estão ao serviço das pessoas», lembrando que a escola Alves Martins nasceu da colaboração entre a Igreja Católica e os poderes públicos.
Trabalhar para os alunos
O Ministro da Educação, Ciência e inovação, Fernando Alexandre, destacou que o Governo e o Ministério trabalham «para que os alunos e para que as famílias, que fazem, por vezes, um enorme esfoço para que os alunos tenham os melhores resultados, consigam através do trabalho das equipas do Ministério e das escolas, cumprir as enormes esperanças que alunos e pais colocam na escola pública».
O objetivo do Governo é «conseguir que a Escola Pública cumpra a sua importantíssima função de garantir o acesso em igualdade de oportunidades a todos», disse.
O Ministro referiu ainda que a Escola Básica de 3.º ciclo e Secundária Alves Martins, que celebra 175 anos, «é uma escola de referência da cidade e da região de Viseu» com resultados excecionais.
Afirmando que «as autarquias têm, e bem, um papel cada vez mais importante na Educação», acrescentou que «o processo de descentralização foi um avanço grande para a melhoria do sistema educativo», havendo, contudo, ainda, muitos aspetos a melhorar.